I – A IGNORÂNCIA DO PÚBLICO final

Saber Fazer e Fazer Saber – década de 1990

Capítulo II – Controvérsia e Opinião

I – A IGNORÂNCIA DO PÚBLICO final

2- O diagnóstico trará à luz pequenos detalhes não percebidos antes e que interferem, inibem e, às vezes, bloqueiam o bom relacionamento comunitário, seja pela defasagem estrutural, seja pela ignorância do público que desconhece a finalidade e os objetivos de uma empresa ou a competência e responsabilidade de um órgão público. Se há problemas organizacionais é porque se descuidou, em algum momento, do planejamento estratégico. Se o público ignora é porque é ignorado pela instituição que não tem por ele a devida consideração, não incluindo nas preocupações administrativas a “rua de duas mãos” representada pelas verdadeiras Relações Públicas.

3- Ao conhecer a organização, identificar os grupos aos quais ela está direta ou indiretamente ligada e, após fazer uma apreciação do comportamento do público, a alta administração entenderá porque Relações Públicas é a administração da controvérsia, conceituará comunicação no mais amplo sentido e saberá que seu processo é mais extenso e mais rico, abrangendo todos os setores e atividades da instituição. Sylla Chaves diz que “Relações Públicas é a função administrativa por meio da qual uma instituição ora informando e guiando a opinião pública, ora pesquisando-a e deixando-se por ela guiar, busca identificar o seu interesse privado com o interesse público, desincumbindo-se de duas obrigações para com a sociedade e conseguindo e mantendo a compreensão, a aquiescência e o apoio desta”. Teobaldo De Andrade afirma que “os dados colhidos numa pesquisa de opinião são valiosíssimos para o processo de Relações Públicas, pois por eles pode-se: 1) conhecer em que extensão os públicos estão informados a respeito da responsabilidade e limites das atividades de uma organização: 2) saber como pensam e reagem os públicos ante decisões tomadas pelas organizações; 3) prever qual será a atitude dos públicos em relação a ações que estão sendo planejadas pela organização; 4) julgar o que os públicos pensam e esperam da organização; 5) apreciar quais são as necessidades dos públicos e que medidas devem ser adotadas pela organização a fim de satisfazer essas necessidades; 6) avaliar a atitude dos públicos frente a certos setores da organização; 7) admitir e delimitar as “áreas de ignorância” dos públicos sobre problemas sócio-econômicos; e, 8) indagar se os públicos estão dispostos a pagar mais por melhores serviços e por melhores produtos de uma organização”. Como se vê, quem não vê é o administrador autossuficiente, que ignora a mudança e a constante evolução que ocorre à sua volta. Que desconhece o desprendimento da comunidade e a sabedoria do público.