Gestão e Política

A escolha do candidato Aladim para governar a cidade pelos próximos quatro anos teve muito a ver com a expectativa de que, uma vez no cargo, será gestor e não político. Certamente que a figura do político não será dissociada do gestor, mas espera-se muito por um prefeito que priorize os problemas não solucionados ao longo dos anos e que vá em busca de recursos em outras esferas, porque o orçamento deixado pelo atual chefe do Executivo, contempla apenas 6% para investimentos.

Analistas têm dito que a escolha de Aladim se deu, em boa medida, pelo equilíbrio entre dois pilares que sustentam homens públicos de sucesso: gestão e política. Chegar ao conceito de boa administração, resulta na harmonia entre essas forças. Mas também um eventual fracasso decorrerá da desproporção entre uma e outra.

Foi por não privilegiar a gestão, e praticar uma política do tipo ‘secos e molhados’ que o atual prefeito acabou derrotado nas urnas. Simplesmente deu de ombros para a gestão e isso lhe custou não só o cargo, mas algumas ações que está a responder no Judiciário.

Aladim não pode, desde já, permitir que a popularidade embace os mecanismos internos de auto avaliação e nem atribuir a vitória unicamente a valores pessoais. Aqui, a prudência recomenda uma grande dose de humildade.

Aladim, e aqueles que vão ajudá-lo a governar, devem levar em conta que os impactos provocados pela pandemia do novo coronavírus em setores estratégicos, como o econômico e o sanitário, tornarão o próximo mandato mais desafiador, o que reforça a importância de se manter fortalecidos e harmônicos os pilares que sustentam as boas administrações.

O caminho para o desastre é dar menos importância à gestão que à política. Ou o contrário, valorizar uma em detrimento da outra. Em ambos os casos, quem paga a conta é a sociedade.