NA EDIÇÃO da semana passada o Correio publicou reportagem que mostrou que o crescimento da frota de veículos em Mairiporã, nos últimos dez anos, aumentou quase 200%. Um número que chega a ser assustador, diante da reduzida malha viária da cidade e de problemas gerados pela passagem, nas principais ruas, de tráfego de veículos oriundos de outras cidades, que transformaram o município em corredor de ligação entre o rodoanel e a rodovia Fernão Dias.
Para se avaliar o problema que uma frota com quase 50 mil veículos gera, basta comparar com os números da cidade de São Paulo. A capital paulista tem uma frota de 7,5 milhões de veículos, que representam 1,53 habitantes por veículo. Em Mairiporã essa proporção é de 1,91 habitantes, já que a frota é de 48.572, segundo dados relativos a 2015 da Fundação Seade.
No ranking da região Mairiporã é a segunda cidade com a maior frota, perdendo para Franco da Rocha que tem 50 veículos a mais.
Segundo o prefeito Márcio Pampuri (PV), esses números revelam que a mobilidade urbana no município precisa ser revista, porém é um desafio, pois o aumento na frota cresce diariamente e a malha viária não.
Crescimento – De acordo com os dados da reportagem da edição passada, entre 2005 e 2015 o tamanho da frota de veículos cresceu 196,5%, passando de 16.308 unidades para 48.572, um ganho de 32.264 em dez anos.
As cinco cidades juntas (Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato e Cajamar), de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), somam 216.572 unidades para uma população de 573.906, que resulta na proporção de 2,6 veículos por habitante.
Investimentos – Especialistas apontam que se a frota de veículos seguir no mesmo ritmo de crescimento dos últimos 10 anos, na metade desse tempo haverá um veículo por habitante nas cinco cidades. Apontam também que é imperioso que os prefeitos invistam mais em transporte coletivo, além de melhorar a malha viária.
O total da frota de ônibus nas cinco cidades é de 1.418 veículos, o que dá a proporção de 404 habitantes por coletivo, número considerado pequeno. A saída, para os especialistas, é investimento cada vez maior no transporte público.