Feminicídio e Violência Doméstica

“O que me preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons.” (Martin Luther King Jr.)

A violência doméstica e o feminicídio formam uma dura realidade que continua a devastar vidas em todo o país. Mulheres e também, em menor número, homens enfrentam diariamente agressões físicas, emocionais, verbais e patrimoniais, muitas vezes dentro do próprio lar. O feminicídio, a expressão mais extrema dessa violência, revela uma sociedade que ainda falha em proteger suas mulheres.
De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os casos de feminicídio têm crescido nos últimos anos, deixando um rastro de dor, medo e indignação. O mais alarmante é que esse problema não está distante de nós: recentemente, um caso de feminicídio chocou a cidade de Mairiporã, reacendendo o alerta de que a violência de gênero pode estar bem próxima, no bairro, na rua, até mesmo na casa ao lado.
A violência doméstica vai muito além das agressões físicas. Ela também se manifesta por meio de humilhações, controle excessivo, isolamento, ameaças e manipulação emocional. As marcas psicológicas são profundas: medo constante, baixa autoestima, culpa, ansiedade e depressão.
Muitas vítimas permanecem em silêncio por vergonha, dependência financeira, pressão social ou simplesmente por não acreditarem que serão acolhidas.
É nesse cenário que o trabalho em rede se torna essencial. A Comissão da Mulher Advogada da OAB Mairiporã oferece um plantão gratuito e voluntário de apoio às vítimas de violência doméstica, com atendimento sigiloso, escuta qualificada, orientação jurídica e encaminhamentos.
O serviço é um importante canal de acolhimento, amparo e empoderamento das vítimas, mostrando que é possível romper o ciclo da violência com apoio e informação.
Vale lembrar que, embora as mulheres sejam a maioria das vítimas, homens também podem sofrer violência doméstica e muitas vezes, enfrentam o preconceito e a desconfiança ao buscar ajuda. Por isso, o enfrentamento à violência deve ser um compromisso coletivo, de toda a sociedade. Romper o silêncio salva vidas.
Se você está vivendo uma situação de violência ou conhece alguém que esteja, procure ajuda. A denúncia é um ato de coragem e pode ser o início de uma nova história.
Reflexão – A violência doméstica e o feminicídio não são problemas individuais, mas sociais. Quando acolhemos, orientamos e apoiamos uma vítima, fortalecemos toda a comunidade. Nenhuma mulher deve morrer por ser mulher. Nenhuma vítima deve caminhar sozinha!!!

Raphael Blanes é Servidor Público Municipal, formado em Gestão em Saúde Pública, Técnico em Vigilância em Saúde com ênfase no Combate às Endemias, especialista em Gestão Hospitalar, graduando em Filosofia e Psicologia. Instagram: @raphaelblanes Email: blanes.med@gmail.com.