Falsa mendicância se espalha por toda a cidade

O número de pedintes tem crescido de maneira visível em Mairiporã. No meio de quem realmente vive em extrema vulnerabilidade, surgem pessoas que se aproveitam da boa vontade alheia para obter renda às custas de histórias inventadas.
Nas áreas centrais do município e no distrito de Terra Preta, aumentou a presença de falsos pedintes nas calçadas. Muitos se passam por doentes, ou utilizam crianças no colo para sensibilizar quem passa. Também há os que se ocultam sob a aparência de vendedores ambulantes de balas, doces, perfumes ou panos de prato, quando na verdade atuam como pedintes profissionais.
A reportagem acompanhou discretamente a rotina de um desses indivíduos e constatou que, mesmo em um dia fraco, o ganho fica na faixa dos R$ 60 a R$ 70. Em dias melhores, o valor pode chegar a R$ 100. Isso representa uma renda mensal entre R$ 1,8 mil e R$ 3 mil, sem vínculo trabalhista ou qualquer tipo de contribuição. Alguns chegam a sugerir o uso do Pix quando o transeunte afirma não ter dinheiro em mãos.
Ações necessárias – É urgente que a Prefeitura, em parceria com as forças de segurança e o Ministério Público, intensifique ações para coibir esse tipo de prática, que abusam da boa-fé da população e confundem quem é realmente vulnerável.
Uma campanha educativa também se faz necessária, orientando os moradores a evitar a doação direta nas ruas. O objetivo é enfraquecer esse tipo de atuação irregular, estimular que a ajuda seja direcionada a instituições e garantir maior segurança à população, que muitas vezes se sente intimidada durante uma abordagem. (Salvador José/CJ – Foto: Terceiro Setor/Reprodução)