Maria começava o dia com uma caminhada pelo parque, conectando-se com o mundo ao seu redor. Em uma dessas manhãs, encontrou uma jovem, Ana, concentrada no celular.
“Bom dia! O que está fazendo?” perguntou Maria.
Ana levantou os olhos, surpresa: “Estou navegando nas redes sociais e respondendo mensagens. E a senhora, está dando uma volta?”
“Sim, gosto de começar o dia em contato com a natureza,” respondeu Maria.
Enquanto conversavam, perceberam diferenças significativas nas eras em que viveram.
“Quando eu era jovem, nós não tínhamos a facilidade dos controles remotos. Líamos livros, cozinhávamos do zero e dirigir um carro manual era um rito de passagem,” contou Maria.
Ana sorriu, envergonhada. “Hoje em dia, temos tantas facilidades, mas parece que perdemos algumas habilidades básicas.”
Maria riu suavemente. “A tecnologia trouxe benefícios, mas também nos afastou da simplicidade da vida. Vejo que sua geração tem uma aversão maior aos erros. Nós aprendíamos com nossos erros. Hoje, muitos transferem a culpa para outros em vez de assumir responsabilidades.”
Ana assentiu. “A pressão para ser perfeito nos impede de arriscar, mas temos acesso a mais informação e oportunidades do que nunca.”
“Mas por que será que isso acontece?” Ana perguntou. “Por que nossa geração tem tanta dificuldade em aceitar erros e responsabilidades?”
“Talvez seja a combinação de muitas coisas: a facilidade da vida moderna, a pressão social e a constante exposição nas redes sociais. Quando tudo parece fácil, qualquer falha se torna um peso maior,” ponderou Maria.
“Isso faz sentido,” concordou Ana. “Estamos tão acostumados a resolver tudo com um clique, que qualquer desafio real nos assusta.”
Após muitas manhãs de conversas, algo surpreendente veio à tona. Maria havia vivido na década de 1950, enquanto Ana estava no presente. Era como se o tempo tivesse feito uma ponte entre duas gerações.
Maria refletiu sobre a ironia de suas conversas. “É interessante ver como o tempo muda as coisas, mas algumas preocupações são eternas.”
Ana concordou. “Podemos aprender muito com o passado para melhorar o futuro. Talvez seja isso que nos une, a vontade de crescer e melhorar.”
“Você está certa,” disse Maria. “E lembre-se, a realidade vale mais que a frivolidade online. Busque conteúdo real em livros, conversas e entrevistas com seus avós, pais e amigos.”
Ana sorriu, inspirada. “Vou fazer isso. Obrigada, Maria, por abrir meus olhos.”
E assim, Maria e Ana continuaram suas conversas, provando que, independentemente do tempo em que vivemos, a sabedoria e a humanidade são atemporais.
Fernando Rodrigues, fotógrafo , professor e empresário – @fernandoluzfotografia