Dados apontam que neste fim de ano a insegurança alimentar aguda deverá impactar 270 milhões de pessoas em todo o mundo.
A Organização das Nações Unidas anunciou que para evitar a fome, combater a pobreza, a vacinação rotineira das crianças e mantê-las nas escolas, necessitará de U$ 35 bilhões em 2021. Na segunda feira (30/11), o chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, afirmou que as “décadas de progressos sociais estão sob ameaça”.
A ONU está preocupada que a vacinação para combater a Covid-19 atenda apenas os mais ricos do planeta e que a grande maioria da população esperará por muito tempo para ser imunizada.
Ao mesmo tempo, Antônio Guterres, secretário-geral da ONU, justificou a preocupação para além da Covid-19, ao alertar sobre as mudanças climáticas que impactam na produção de alimentos, encarecendo-os e os conflitos localizados como causas do maior desafio humanitário, desde a Segunda Guerra Mundial. Só com a Covid-19, prevê que a crise humanitária afetará mais de 200 milhões de pessoas. As mortes serão inevitáveis neste cenário.
Instituições econômicas como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional anunciam a recuperação econômica em 2021, mas a ONU destaca que a crise de 2020 continuará afetando as populações mais vulneráveis, aquelas que vivem situações extremamente delicadas.
A prevista recuperação econômica em 2021 não será suficiente e o mundo deverá aumentar significativamente a quantidade de pessoas em situação de vulnerabilidade.
O dilema é como lidar com a crise sanitária e seus desdobramentos diante da falta de recursos. “A crise está longe de ter terminado”, diz Guterres. Sendo assim, inevitável o aprofundamento da crise humanitária aumentando a pobreza envolvendo milhões de pessoas famintas e abandonadas mundo afora.
Se em 2020 o planeta foi impactado com a pandemia da Covid-19, no ano de 2021 e os seguintes estaremos enfrentado as suas consequências adicionando as das mudanças climáticas que desembocarão no aumento da fome e da pobreza, como se não bastasse.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)