Educar é ciência misturado com ato de amor

Os profissionais da educação tem um papel fundamental na sociedade e contribuem com mudanças através de seus trabalhos. O bom profissional da educação está comprometido com sua função social. É um profissional que se relaciona diretamente com seres humanos e precisa incorporar habilidades socioemocionais para cumprir sua principal missão: oportunizar conhecimentos aos seus alunos formando-os para exercerem suas cidadanias, portanto, amor e ciência estão na sua essência.

Todo profissional teve um professor ou professora que o ajudou a chegar até onde está. O bom profissional da educação marca a vida de um estudante e faz com que ele seja lembrado com carinho a vida toda e em sua atuação deve valorizar a humanização de seus alunos transformando seus potenciais biológicos, entre outras coisas, em competência pessoal, social e emocional.

No período pandêmico estudos demonstraram que “a quase totalidade dos Estados decidiram pela transmissão das aulas via internet, mas apenas cerca de 15% deles distribuíram dispositivos e menos de 10% subsidiaram o acesso à internet”, escrevem os pesquisadores Lorena Barberia, Luiz Cantarelli e Pedro Schmalz.

Naquele período sem aulas presenciais, 2020-2021, diante da falta de tecnologia da informação (TI) os pais de nossos alunos da rede municipal retiravam semanalmente as ‘lições de casa’ para seus filhos fazê-las em suas residências. Evidentemente, essas crianças não oportunizaram adequadamente os conhecimentos necessários da turma/série que estavam matriculados, criando uma lacuna de conhecimentos que, no meu entender, deveria ser oferecida adequadamente e imediatamente no retorno das aulas presenciais.

Os profissionais da educação se reinventaram naquele período e, boa parte deles, foram impactados com novas formas de se conectar e ensinar durante a pandemia e, com o retorno das aulas presenciais, diante de sua rotina foram e estão sendo impactados com as dificuldades daquelas lacunas pedagógicas de seus alunos.

Todo esse contexto levou muitos desses profissionais da educação a exaustão. Estudos da Fundação Carlos Chagas apontou que 80% dos docentes afirmaram que estavam “gastando muito tempo planejando aulas, notadamente aqueles dos anos iniciais do ensino fundamental” – período de alfabetização. No fim daquele ano letivo, 53% dos profissionais da educação brasileiros disseram “estar mais cansados do que antes”, entretanto, 61% deles disseram “que estavam motivados para ensinar no próximo ano letivo”, conforme indicou pesquisa do Instituto Península.

Destaco esse período pandêmico para demonstrar que até na adversidade os profissionais da educação se reinventaram, criaram forças que nem sabiam que tinham e muitos chegaram a exaustão, mas demonstram estarem motivados para enfrentar a próxima jornada, contribuindo com uma educação de qualidade, buscando fornecer a todos os alunos as capacidades necessárias para exercerem suas cidadanias – compromisso profissional e amor pelo que fazem. Por outro lado, os profissionais da educação necessitam que seus superiores lhes possibilitem os recursos adequados, incluindo infraestrutura nas unidades escolares, tecnologias para enriquecer os processos de aprendizagens, materiais didáticos e, também, formação continuada e habilidades socioemocionais – atualização científica para que consigam atingir seus objetivos com maestria, amenizando a exaustão desses tempos difíceis.

 

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.