Distrito de Terra Preta comemora 32 anos

Terra Preta comemora neste sábado (29), o aniversário de 32 anos de sua elevação a distrito, ocorrida em 1991, durante a gestão do prefeito Luiz Salomão Chamma.

Uma programação foi elaborada para celebrar a data, que terá lugar no Parque Esportivo de Terra Preta, das 9h às 17h30, com as seguintes atrações: 9h às 10h: Funcional; 10 às 11h – Zumba; 13h às 17h30 – Espaço kids com brinquedos infláveis, pipoca, algodão doce, pintura facial e pintura em desenho; 14h às 15h – Atividades circenses e 15h às 16h: Apresentação musical.

História  – O registro histórico mais completo sobre a história de Terra Preta está no pequeno livro, bilíngue, português/japonês, “A Caminhada de 50 anos – Pequena História dos Japoneses de Terra Preta”, escrito por Hisashi Nagata e editado em 1984 pela Associação de Japoneses de Terra Preta, presidida à época pelo empresário Massuo Osato.

O bairro, que se transformou em distrito há 32 anos, é muito antigo, possui mais de duzentos anos e precisa de maior fundamentação histórica.

Era chamado de Bom Jesus Pedra Fria pelos bandeirantes que ali paravam para descansar de suas longas caminhadas. Contudo, no mapa editado pela Delta, a região era denominada Bom Jesus de Terra Preta.

Existe documentação de maio de 1812 em que o moradores, que também denominavam o bairro como Portão do Juqueri, foram solicitar ao bispo de São Paulo, dom Mateus Pereira, que “autorizasse o construção de uma ermida em louvor ao Bom Jesus”, que hoje é a capela situada atrás da igreja, inaugurada em 1818. A capela chamou-se Igreja Bom Jesus da Pedra Fria de Terra Preta. Antigamente existia em seus arredores uma fazenda de escravos e foram esses que construíram a primeira capela. Nessa época, as nomenclaturas faziam a Terra Preta ser conhecida como Bom Jesus para alguns, Pedra Fria por outros, e ainda Morro do Pau Santo. Em suas cercanias foi encontrada pelos bandeirantes a imagem histórica do padroeiro, em terracota.

A inauguração da primeira escola publica deu-se em 1929, sendo que antes havia apenas aulas particulares para pessoas de posses. Ao redor da igreja havia 21 casas, denominadas casas para festas. Foram construídas pela população para acomodações durante os festejos do Bom Jesus, que tinham duração de 3 dias, com uma programação intensa, como são as festas do divino, em Nazaré Paulista. Esse costume foi desaparecendo a partir de 1940, a pedido dos padres que assumiram a paróquia.

Quanto à sua real ocupação, as informações são contraditórias. Atribui-se o pioneirismo da região a Pietro Petri, imigrante italiano que teria assentado ali residência com sua família, se estabelecido com uma venda de beira de estrada. Outros pessoas importantes para o desenvolvimento de Terra Preta foram Cândido Antônio Silva, mais conhecido como Candinho Amâncio, Virgílio Antônio Pereira e José Pelegrino Hidalgo. Há registros, também, de instituições de migrantes japoneses que, em 1934, em função da queda de produção de batata na zona central de Mairiporã, o agricultor Shigueru Sasaki mudou-se para Terno Preta, sendo considerado o primeiro imigrante japonês a morar na região.

Sasaki arrendou um alqueire de terra e iniciou a lavoura. Seguiram-se a ele outras famílias: Kosaku Asada, Narumi Fueta, Yukio Tsuyama, Reitaru Kishiki e Yuataka Nakamura. Nos registros daquela época constam que moravam apenas cinco famílias em torno da capela, no alto do morro, e algumas outras espalhadas. Outras famílias da colônia japonesa que foram importantes na história de Terra Preta: Tadafumi Harada, Hahuki Yokomizo, Tokio Kimura, Osato e Hiroshi Shimura.

Industrialização – A história da primeira indústria que se instalou em Mairiporã, no então bairro de Terra Preta, se confunde com a trajetória de vida de seus fundadores, a família Osato, que chegou à cidade em 1958. De imediato iniciaram a criação de galinhas poedeiras, em gaiolas, e as primeiras granjas para a criação de frangos de corte. Somente em outubro de 1963 é fundada a Granja Osato e logo no primeiro dia de trabalho chega à marca de 200 frangos abatidos.

Em poucos meses esse número chegou a 500 frangos diários. Em 1967 é fundada a irmãos Osato e Cia. Ltda., com o objetivo de aumentar a criação de frangos e a integração. Dois anos depois, com o crescimento de vendas, amplia-se o Abatedouro Terra Preta. Já em 1973 teve início a construção de um novo abatedouro, com capacidade cinco vezes maior, cuja obra foi inaugurada em 1975. Foi em 1977 que se deu a primeira exportação para o Japão. Pioneirismo – O presidente da empresa, Sr. Masuo Osato, ao relatar o início das atividades profissionais da família em Terra Preta, fala das dificuldades dos primeiros tempos, do trabalho árduo, que durava mais de 12 horas por dia e da perseverança da família em progredir no negócio. Foi a Osato quem mais empregou moradores de Mairiporã em Terra Preta em toda a história da indústria na cidade.

A escolha de Terra Preta acabou se tornando estratégica, pois em 1967 uma lei de proteção aos mananciais impediria que Mairiporã tivesse em sua área qualquer unidade industrial. O pioneirismo de Osato fez com que muitas outras empresas escolhessem Mairiporã para operar e produzir.

Hoje, Terra Preta é um importante pólo industrial não só da cidade, mas da região e emprega cerca de 45% dos trabalhadores formais (com carteira assinada) segundo dados do Caged (Cadastro de Empregados e Desempregados).

Geografia – Terra Preta está distante 40 quilômetros de São Paulo pela Rodovia Fernão Dias, 10 quilômetros de Mairiporã e 15 quilômetros de Atibaia. Sua população é estimada em 35 mil habitantes.

Além da indústria, começa a desenvolver outros dois setores importantes: comércio e serviços. Terra Preta tem importante participação no orçamento municipal, através dos impostos ICMS, IPI e Imposto de Renda das esferas estadual e federal, e os tributos diretos, IPTU e ISSQN. (Wagner Azevedo/CJ – Foto: Divulgação)