Direitos e deveres iguais

Tenho acompanhado atentamente as questões ligadas à mobilidade urbana no município, inclusive gostei muito dos projetos anunciados pelo prefeito para tornar mais acessível o tráfego na região central da cidade.

Numa urbe como Mairiporã, toda e qualquer atenção à mobilidade deve ser tratada como prioridade e é muito bem-vinda.

Por outro lado, continuamos com alguns problemas que, de tão crônicos, passam a impressão de que as soluções ficam cada vez mais distantes. O caso das lombadas, por exemplo, que a cidade coleciona aos borbotões, é um deles. Cobranças são feitas diariamente pela população, pois além de numerosos, não obedecem aos padrões determinados pelo Conselho Nacional de Trânsito. E trata-se de um problema que remonta mais de 20 anos.

Outra questão que me incomoda, e já escrevi isso em outras oportunidades, é a forma como é feita a fiscalização do trânsito. Os agentes estão sempre dentro das viaturas e raramente são vistos à pé, principalmente no centro da cidade, para coibir abusos e infrações que ocorrem em ritmo acelerado e sem a contrapartida da punição.

É comum vermos caminhões passando pelas estreitas ruas centrais, motorista que estacionam em locais proibidos, ocupação indevida de vagas para idoso e deficiente, desrespeito às faixas de segurança de pedestres e até excesso de velocidade em algumas vias.

Repito, me incomoda, sobremaneira, ver agentes dentro das viaturas (os gastos com combustíveis devem ser altos), rodando praticamente o dia todo, sem que a fiscalização ocorra de modo a punir os infratores que desrespeitam a legislação, como as que citei mais acima.

Todos sabemos que a cidade tem problemas em sua mobilidade, e isso ocorre por uma série de fatores, inclusive geográficos, o que importa dizer que não precisamos criar outros e deixar de punir aqueles que descumprem as regras.

A fiscalização, no meu modo de ver, tem sido falha e isso não ajuda em nada a melhorar a vida de motoristas conscientes.

Acho que o prefeito deveria, através da secretaria responsável, buscar mudanças que efetivamente diminuam os problemas. Direitos e deveres devem ser iguais para todos.

 

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988