Desertificação e a crise hídrica com o desmatamento da Amazônia

A COP30, Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que em 2025 será realizada no Brasil em Belém, entre 10 e 21 de novembro, quando a Amazônia deverá ser o ‘coração’ das negociações climáticas globais. Sobre pressão, o Brasil deverá providenciar urgentemente a redução do seu desmatamento e a compatibilidade entre a produção agrícola com a preservação ambiental.
Os especialistas em preservação ambiental consideram que a conferência é uma oportunidade do país reassumir o protagonismo na proteção das florestas tropicais, em detrimento do seu desmatamento para fins econômicos, ou seja, refere-se aos graves prejuízos e consequências negativas, tanto ambientais quanto sociais, que ocorrem quando derrubam florestas em busca de lucros financeiros.
A Universidade de Princeton apresenta estudos de cientistas e juntamente com a Agência de Oceanos e Atmosferas dos EUA condicionam que se a metade da Amazônia for devastada, a temperatura global pode aumentar até 2,5ºC, enquanto as chuvas deverão diminuir até 30%. Sendo assim, os impactos no Brasil seriam maiores na agricultura e na geração de energia elétrica, dependente das hidrelétricas.
Observamos que a queda nas chuvas aumenta a vulnerabilidade a queimadas e, por exemplo, o desmatamento no primeiro semestre de 2025 cresceu 27% em relação ao mesmo período de 2024. Calcula-se que em 2024 foram impactados por queimadas mais de 16 milhões de hectares.
Se o desmatamento na Amazônia continuar avançando, o Brasil pode ter uma crise hídrica nas próximas décadas e, ainda, um processo de desertificação, segundo estudos publicados na revista Nature Communications, no último dia 2 de setembro. Na publicação a revista ‘aponta que 75% da redução das chuvas na região Amazônica está diretamente ligada à perda de árvores’.
Como educador sempre busquei possibilitar conhecimentos às nossas crianças e jovens da importância da preservação ambiental, pois sabemos que as árvores atuam como verdadeiras ‘bombas d’água’ retirando do solo a água, disponibilizando-a para a atmosfera. No processo da fotossíntese as matas possibilitam, também, a regulação do clima e ajudam a regular a temperatura da Terra, pois consome o dióxido de carbono da atmosfera.
Pesquisadores identificaram que os dias mais quentes na Amazônia registraram aumento de 2ºC, sendo que 16% desse crescimento está relacionado diretamente ao desmatamento. A floresta não absorve mais o mesmo volume de carbono, emitindo mais gases de efeito estufa do que retém, em algumas áreas de seu território.
O início da crise hídrica conta com a SABESP- Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, reduzindo a pressão da água em sua rede, no período das 21h às 5 h, desde 27 de agosto, ou seja, traz indisponibilidade de água para seus clientes na região Metropolitana de São Paulo, alegando ‘à estiagem e ao baixo nível dos mananciais’. As consequências do desmatamento da Amazônia já são evidentes!

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.