As últimas notícias sobre a pandemia da Covid-19 no Brasil lembram uma gangorra, ora impulsionam para o alto, mas logo toca no chão.
No último domingo (17) ocorreu a esperada autorização emergencial pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) das vacinas Coronavac e a do laboratório AstraZeneca. No mesmo dia a enfermeira Mônica Calazans, HC – Hospital das Clínicas em São Paulo, foi a primeira pessoa vacinada e o Ministério da Saúde, no fim da tarde, recebeu quase 6 milhões de doses da Coronavac adquiridas pelo Instituto Butantan para distribuir aos estados brasileiros. Boas notícias!
Na quarta-feira (20), quando conclui este artigo, estavam registrados mais de 8,5 milhões de infectados e mais de 210 mil óbitos no Brasil. No chão, as notícias alertam que a imunização de toda a população brasileira se dará, no melhor cenário, no 2º trimestre de 2022. Por consequência, até lá o vírus continuará contaminando, os óbitos continuarão sendo contabilizados e a economia com projeções negativas. Dias difíceis pela frente!
Do ponto de vista sanitário, um pontinho de luz no fim de um interminável túnel, com a imunização de vacinas combatendo a Covid-19. Do ponto de vista econômico, com absoluta certeza, ocorrerá a diminuição do PIB e, consequentemente, aumento do desemprego. Inevitável, do ponto de vista social, o crescimento da pobreza.
A expectativa frustrada das 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca da Índia que iniciaria a vacinação no Brasil virou uma novela. A diplomacia brasileira, com baixíssimo desempenho até agora, está se esforçando para conseguir essas doses já contratadas. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Henrique Fraga Araújo, está sendo o “boi de piranha” nesse momento.
Ainda no campo diplomático, com a China há a expectativa de receber 4,8 milhões de IFA- Ingrediente Farmacêutico Ativo, insumos básicos já contratados para a produção da vacina Coronavac no Instituto Butantan.
Por outro lado, a Fiocruz- Fundação Oswaldo Cruz, aguarda também da China, até o próximo dia 25, o IFA para a produção da vacina da AstraZeneca no Brasil. Caso não ocorra, o contrato prevê que a empresa deverá fornecer doses prontas. Chegando o IFA a Fiocruz tem planejado em seu cronograma produzir 1 milhão de doses até os primeiros dias de fevereiro e nos meses seguintes produzir 15 milhões de doses mensais. Está noticiado! Se acontecer, o túnel será mais curto.
As relações diplomáticas entre Brasil e China estão estremecidas desde quando a pandemia impactou os chineses, no fim de 2019, e passou a propagar pelo mundo. Por aqui o vírus foi apelidado pelo alto escalão governamental de “comunavirus” fazendo alusão pejorativa à nação asiática.
Mexericos a parte, esses atrasos no fornecimento dos IFAs colocam em risco a produção de doses no Brasil e a falta dos insumos importados pelo Butantan e a Fiocruz comprometem a vacinação contra a coronavírus no Brasil.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)