Cristais e vida

Na última semana, em mais um devaneio desta mente agitada, me peguei meditando sobre a vida nos reflexos dos meus cristais. Conto com uma pequena coleção, os quais me enchem não só olhos com sua beleza e harmonia, mas também o coração, com novas energias, transmutando o que é mais necessário. Tal qual a vela, que já foi objeto de análise por aqui, tenho que me encanto no tanto que o cristal é capaz de fazer – inclusive, nos levar a refletir.
A depender da cor e do formato, um cristal é capaz de transmitir paz, renovação e tranquilidade, além de ser uma ótima opção para compor a decoração de vários ambientes. Formados ao longo de milhares de anos, eles guardam em si a história da própria natureza, suas tensões e seus ciclos de transformação.
Na minha pequenez, mas tomando por base tudo aquilo que já vi e ouvi nessa vida, tenho que o mundo é interligado por energias invisíveis, desde os ventos que nos tocam o corpo até os pensamentos que nos moldam a alma. No meio disso, diversos seres em variadas fases de evolução, alguns humanos, outros animais, vegetais ou minerais. Nessa esteira, os cristais são aliados nesta minha jornada, silentes, mas poderosos e carregam consigo um potencial de transformação e cura.
Há milênios, diferentes culturas utilizam esses minerais para fins espirituais, terapêuticos e até mesmo energéticos. Em diversas tradições, os cristais são tidos como fontes de energia vibracional que podem interagir com a nossa própria frequência energética.
Mais do que simples pedras, os cristais são formados ao longo de bilhões de anos, como resultado da interação entre forças naturais, pressão e temperatura extremas. Esse processo, em si, carrega um simbolismo profundo: assim como os cristais são formados em condições desafiadoras, também nós, como seres humanos, passamos por processos de transformação que nos moldam, ampliam e, muitas vezes, curam.
Viver é, no fundo, um processo de constante transformação, como um cristal que cresce e se modifica ao longo de sua existência. Em nossa rotina, repleta de desafios e aprendizagens, os cristais nos convidam a parar e refletir sobre nossa própria jornada.
Ao colocar um cristal sobre o peito, ao lado do travesseiro ou no canto de um ambiente, a ideia não é esperar que ele aja de forma imediata, mas se permitir ao processo de conexão e introspecção. O cristal, nesse contexto, é apenas um catalisador, uma ferramenta para despertar atenção para questões mais profundas e cultivar estados de maior harmonia.
E não seria isso, de alguma forma, o que buscamos em nossa vida? Encontrar pequenas mudanças e momentos que nos conectem com a nossa essência, que nos tragam paz, ou até nos ajudem a superar desafios? Podemos ser como os cristais: passar pelo processo de transformação com paciência, confiança e a consciência de que, no final, surgiremos mais fortes, mais radiantes e mais conectados com nossa verdadeira essência.
E eu prefiro viver assim, sei que sou mais feliz desta forma… consciente de que não importa a pressão do ambiente, dentro de mim carrego potencial para brilhar, crescer e viver em harmonia com o universo. E a você, caro leitor, desejo que sempre se lembre que apesar das pressões e dos desafios da vida, há sempre um caminho de luz e equilíbrio à sua espera.

Drielli Paola – @drielli_paola. Servidora Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo. Bacharel em Direito, com pós-graduação e extensões universitárias na área jurídica. Entusiasta de psicologia, história, espiritualidade e causa animal. Apaixonada pela escrita.