Instituir auxílio emergencial por todo o País se tornou quase que obrigação. Mesmo diante de uma economia quebrada, com poucos sinais de recuperação a médio prazo, a grita para que o governo ajude famílias sem condições de sustentabilidade é geral. E com razão, afinal, todos os seres humanos precisam, no mínimo, comer.
Como implementar um auxílio emergencial mais robusto que o atual, que tem escala até R$ 350,00, é uma equação difícil de solucionar. Afinal, ninguém, nem mesmo o governo, tem uma máquina à sua disposição que imprime dinheiro a hora que bem entende.
Redução do Estado, enxugamento da máquina pública (federal, estadual e municipal), adequação de salários (os poucos que ganham quantias milionárias suplantam a minoria que ganha perto de um salário mínimo) são questões intocáveis, ou seja, que se busquem outras alternativas para o auxílio, mas que não se mexam nos ganhos da casta privilegiada, também conhecida por classe política.
O combate à pandemia da Covid-19 traz incongruências, até agora pouco explicadas, mas que impactam e vai seguir impactando a economia de modo geral. A determinação de isolamento social mais amplo, próximos de lockdowns, parece não ter obtido os resultados que se esperavam. Justamente em março e abril, quando o isolamento social foi imposto mais agressivamente, tendo como aliado a vacinação, os números da pandemia extrapolaram Brasil afora. Como explicar comércios, serviços, indústrias e outros setores da economia fechados, com índices de isolamento de ao menos 50%, e a pandemia se alastrando?
Todos, indistintamente todos tem explicações: as autoridades em saúde, a imprensa, setores os mais diversos da sociedade, enfim, cada um aponta uma razão para o recrudescimento da Covid-19. E ninguém chega sequer próximo de algo minimamente aceitável, até porque transformaram a doença em uma disputa político-eleitoral.
De volta ao princípio, como fabricar dinheiro sem ferir a legislação? Como distribuir o auxílio sem aquela sacanagem típica dos brasileiros, qual seja, quem não precisa recebe o dinheiro, inclusive funcionários públicos de todas as esferas?
Se os governos decidirem dar ouvidos ao clamor de segmentos da sociedade e da imprensa festiva, logo serão acusados de cometer ‘pedaladas fiscais’ e outras falhas passíveis de punição rigorosa.
Esse é o quadro de momento numa Nação cujos poderes constituídos extrapolam as funções para as quais foram criados, em que o verbo mais conjugado é ‘interferir’: todos mandam, determinam, exigem, todos gritam e ninguém tem razão.