Coluna do Correio

FRASE

“Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades.” (Alexis Tocqueville, pensador e historiador francês)

FAKE NEWS

Analistas políticos, especialistas em marketing e profissionais em eleições, são quase unânimes em dizer que o embate eleitoral não será a estrela do pleito em outubro. Segundo eles, as fake news serão o principal adversário da democracia nas eleições municipais de 2024, assim como nos dois últimos pleitos, e seguem desafiando as autoridades brasileiras. O risco de proliferação de notícias falsas cresceu com a divulgação de novas funcionalidades no Whatsapp, um dos aplicativos de comunicação mais usado no mundo. São cerca de 147 milhões de usuários no Brasil, país com 156 milhões de eleitores.

IMPRENSA

Com esse alerta, nada mais importante do que o eleitor se valer da imprensa séria, aquela que divulga informações com credibilidade, para enxergar um norte na escolha de prefeitos e vereadores.

EX-PREFEITOS

Pelo que se tem observado nos últimos meses, os ex-prefeitos Jair Oliveira e Márcio Pampuri, que até aqui preferiram o silêncio, dificilmente vão se envolver nas eleições municipais de Mairiporã. São vistos aqui e ali, até conversando sobre política, porém ainda não sinalizaram qualquer intenção de entrar na disputa. Nem para prefeito, muito menos para a vereança. Ao que parece, ambos têm feito uso de um antigo ditado: “Passarinho na muda, não pia.”

CHAPAS (I)

O movimento mais intenso neste momento é o de procura por candidatos a vereador. Os interessados são muitos, porém como a legislação reduziu o número de postulantes por partido, os dirigentes têm se concentrado em escolher nomes com lastro junto à sociedade. Desta vez, parece que a qualidade vai sobrepujar a quantidade.

CHAPAS (II)

Tanto no andar superior, quanto no inferior do Palácio Tibiriçá, é grande a expectativa pela abertura da janela partidária, que vai permitir a troca de partido entre os detentores de cargos eletivos, leia-se vereadores. Rumores apontam para um número considerável de mudanças de siglas, o que vai impactar na montagem das chapas.

EMENDAS

A se destacar o trabalho do prefeito Aladim na conquista de verbas para a cidade, através de emendas parlamentares. Reportagem nesse sentido foi publicada na edição anterior deste semanário, com um relatório minucioso acerca do montante destinado a Mairiporã e quais os deputados que disseram sim aos pedidos do prefeito. No total, R$ 41 milhões para obras e serviços só em 2023.

UMA DEZENA

Do total de 29 partidos políticos existentes no País, apenas 10 estão regulares em Mairiporã, conforme levantamento feito pela reportagem junto ao Cartório Eleitoral. São eles: PSD, PL, REPUBLICANOS, PV, PDT, PT, PCO, PCdoB, PSB e REDE. Todos os demais precisam prestar contas à Justiça Eleitoral. Se as eleições fossem hoje, apenas esses 10 estariam liberados.

TEMPORADA

E já que o assunto é partido político, foi aberta, com ações já registradas em algumas cidades, a temporada de mudanças nos comandos das legendas. Executivas estaduais das agremiações, ainda que na base do tapetão, deram início à troca nos diretórios e comissões provisórias. Prevalece, a partir de agora, os interesses dos deputados. E até a chegada das convenções, em junho, esses comandos podem ser mudados até mais de uma vez.

INAUGURAÇÃO

O prefeito Aladim inaugura neste sábado a Creche Modelo, a maior já construída na cidade, que inicialmente vai atender 150 crianças. Foi erguida na área da antiga Fábrica de Alumínio, no centro da cidade.

 

FOLCLORE POLÍTICO

 

“O POSTE”

Sem dúvida o prefeito Luiz Chamma foi (e continua sendo) o personagem de maior destaque da história política da cidade. Principalmente em se tratando de histórias e ‘causos’. Em 1990, o então governador Orestes Quércia, do PMDB, não se sentiu nem um pouco desconfortável em convidar o prefeito Chamma, que era do PDS, para assistir ao comício do seu candidato e seu sucessor ao governo do Estado, Luiz Antônio Fleury Filho, que seria realizado na cidade de Guarulhos. Independentemente de partidos, Quércia via qualidades suficientes no prefeito de Mairiporã, especialmente quando o assunto era eleição.

Dia e hora combinados, Chamma não deixou de atender o pedido de Quércia, pois esse ‘favor’ poderia resultar em benefícios para a cidade.

Chamma dispensou o palanque e a chamada ‘fila do gargarejo’, para ficar bem no meio do povo. Queria sentir o desempenho do candidato. E assim correram muitos discursos, alguns até inflamados, e por fim a fala de Fleury.

Findo o comício, Fleury e assessores foram perguntar a Chamma como analisava o que viu e ouviu em Guarulhos. E sem meias palavras, o prefeito foi direto: “Achei uma merda. Muito ruim. Se continuar com esse tipo de comício, essa abordagem com o eleitor, você não ganha nem para inspetor de quarteirão”.

Todos sabiam que Fleury era o chamado ‘poste’, escolhido a dedo por Quércia. O governador sim, gozava de prestígio e tinha alta aceitação no eleitorado paulista.

Informado do que Chamma havia dito em Guarulhos, Quércia não só acreditou nos seus comentários, como o chamou ao Palácio dos Bandeirantes, dias depois. Uma vez no Palácio, Quércia foi direto com o político mairiporanense: “Soube do seu parecer sobre o comício do Fleury. E acredito em cada palavra do que disse. Por isso pedi que viesse aqui, pois quero que você abra todos os comícios daqui para frente, principalmente na Região Metropolitana, pois com sua experiência e vivência política, tem muito a ensinar ao nosso candidato, especialmente em como fazer um comício que convença o eleitor.

Chamma, a princípio, titubeou, ensaiou pedir uns dias para pensar, porém resolveu aceitar a empreitada e carregar o ‘poste’ pelo menos nas cidades da Grande São Paulo.

Pela primeira vez em sua carreira, Chamma não apoiaria Paulo Maluf, o candidato da oposição e que foi seu aliado em mais de vinte anos. Houve um ‘charivari’ entre ambos, que até hoje não foi comentado por ninguém. Daí o apoio a Fleury.

Foi uma eleição dificílima, com vitória do peemedebista por 51,77% a 48,23%. Qual a influência do prefeito de Mairiporã nesse resultado? Só os profissionais de campanha saberiam dizer. Mas Chamma conseguiu inúmeros benefícios do Governo do Estado.