Coluna do Correio

FRASE

“Quem não foi comunista aos dezoito anos, não teve juventude; quem é depois dos trinta, não tem juízo.” (Carlos Lacerda, político brasileiro)

CENÁRIO (I)

Mairiporã certamente é uma das cidades onde o cenário eleitoral segue indefinido quando o assunto é projeções de candidaturas a prefeito e vereadores. Um dos componentes desse quadro é a falta de lideranças, hoje resumida ao grupo liderado pelo prefeito Aladim, que já se disse candidato à reeleição. Os bons índices de aceitação por parte da população, confirmados por levantamentos e pesquisas, sinalizam que ele reúne chances de comandar a cidade por mais quatro anos.

CENÁRIO (II)

A oposição, segundo conversas de bastidores, teria um nome para tentar o Palácio Tibiriçá, porém não existe confirmação oficial. Pesa contra a oposição o fato de não haver consenso entre os partidos e falta de estrutura para enfrentar uma eleição difícil e que vai demandar altos recursos financeiros.

CENÁRIO (III)

A oposição, depois da derrota nas eleições de 2020, se fragmentou e hoje não tem uma liderança definida. Alguns nomes conseguiram empregos com políticos de outras cidades e a maioria dos eleitores nem se lembra (espontaneamente) mais deles, consagrando a máxima da publicidade: “Quem não é visto, não é lembrado”. Há também um grupelho de franguinhos de jacá, como se dizia antigamente, muito bons para fazer barulho, mas que não vão a lugar algum. A democracia é isso, direitos iguais para todos.

CENÁRIO (IV)

Todo esse cenário momentâneo, no entanto, deve mudar. Analistas classificam como muito cedo para prever candidaturas, antes de fechar a janela partidária, que começa em 6 de março e termina em 6 de abril, quando acontece o famoso ‘troca-troca’ entre aqueles que têm cargos eletivos. Em Mairiporã, a expectativa é de que as mudanças de sigla sejam muitas.

CENÁRIO (V)

Muito já se escreveu nesta coluna, que administrar Mairiporã não é para amadores e muito menos aventureiros. A cidade, que hoje tem um orçamento acima de meio bilhão de reais, com mais de 2 mil servidores municipais, exige um administrador preparado técnica e politicamente, com capacidade de escolher bem seus assessores, e não preencher o quadro de secretários como uma espécie de ‘ação entre amigos’, como se viu nos governos anteriores. Mairiporã levou muitos anos para ter um gestor municipal e começar a se desenvolver.

DESINTERESSE

Ao que parece a Justiça Eleitoral colocou em plano secundário o cadastramento biométrico de eleitores. Aquela correria, filas intermináveis, funcionários trabalhando além do horário normal de expediente, acabou. Não há mais campanhas para incentivar a biometria e, na prática, parece que o voto biométrico também não cativou ninguém.

VEXAME

Sem o menor senso de ridículo, vereadores apareceram nas redes sociais se identificando como ‘pais do McDonald’s’ em Mairiporã. Foi um vexame sem precedentes na história política da cidade. Alguém, em sã consciência, acha que a famosa franquia se instalaria apenas para atender o pedido de algum vereador? Sem dúvida mais um episódio para a coletânea do ‘Folclore Político de Mairiporã”. E se o saudoso jornalista Sérgio Porto (que assinava como Stanislaw Ponte Preta) fosse vivo, certamente incluiria essa ‘pérola’ no seu FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País).

 

FOLCLORE POLÍTICO

O MELHOR

O prefeito Luiz Chamma, maior figura política da cidade, foi protagonista de muitos causos e histórias. Sempre se destacou fosse pela sua conversa convincente, pelo seu comportamento solidário ou pelo espírito brincalhão. No início de seu terceiro mandato, em 1989, logo no segundo ano de mandato, Chamma foi um dos escolhidos pela Assembleia Legislativa do Estado, como um dos melhores prefeitos das cidades paulistas. Qual o critério de escolha? Nunca ninguém soube dizer. O que se sabe é que Chamma estava entre os premiados, com direito a solenidade formal no Palácio 9 de Julho, sede da Assembleia.

E no dia da cerimônia, Chamma fez questão de levar uma delegação composta por quase todos os servidores, além da Fanfarra Tia Emília, que naqueles tempos ostentava títulos de campeã nacional. Para que não houvesse qualquer oportunidade de servidores pouco dispostos à empreitada, Chamma não titubeou: colocou o funcionário Bó como fiel escudeiro junto ao relógio-ponto, para ver quem registrava presença, mas não entrava no ônibus.

A delegação numerosa desembarcou na prédio da Assembleia, lotou as galerias, mas antes, não só os mairiporanenses, mas todos os representantes das demais delegações (foram muitos os prefeitos premiados), assistiram ao concerto da Fanfarra Tia Emília, no saguão principal do Palácio 9 de Julho.

Todos acomodados no plenário, prêmios foram entregues e, na vez de Luiz Chamma, um experiente colaborador murmurou na platéia: agora é reunir toda a paciência possível. E não errou! Chamma pegou o microfone, iniciou seu discurso e só terminou quatro horas depois. Claro que alguns demonstraram estado de sonolência, mas os aplausos, que entremeavam a fala do prefeito, eram antídotos para qualquer bocejo mais profundo. E a aventura do prêmio de Chamma, que se iniciou às 8 horas da manhã, defronte ao Paço Municipal, também terminou ali, mas às 19 horas. Ufa!