Coluna do Correio

FRASE

“Perante um obstáculo, a linha mais curta entre dois pontos pode ser a curva.” (Bertolt Brecht, dramaturgo e poeta alemão)

 EM ABRIL

Secretários municipais e secretários adjuntos que desejarem disputar as eleições de outubro, terão que deixar os cargos (desincompatibilizar) no dia 31 de março. A legislação obriga que haja um intervalo de seis meses entre a saída da função e a data do pleito. Em Mairiporã, até onde se sabe, o que significa dizer que nada ainda é oficial, apenas um secretário deverá retornar à Câmara de Vereadores. Outros dois acenam com a possibilidade de não disputar a reeleição. Se assim for, apenas um dos suplentes em exercício deixará a cadeira no Legislativo. Sobre secretários adjuntos, ainda não se sabe se estão dispostos a enfrentar as urnas.

NOVO PARTIDO

Em Mairiporã não há informações, pelo menos oficiais, sobre o PRD (Partido da Renovação Democrática), oriundo da fusão entre Patriotas e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro). Se há qualquer movimentação ou disputa entre os integrantes das duas agremiações, isso não foi dado a conhecimento público. Nem mesmo nos bastidores da política local existe qualquer indicação de que o PRD esteja regularizado na cidade. Com a fusão e ingresso automático dos filiados de ambos os partidos, o PRD possui 1.334.088 de filiados em todo o Brasil. A união se deu porque Patriotas e PTB não superaram a cláusula de barreira nas últimas eleições e perderam o direito ao fundo partidário e a propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV. Com a fusão, os direitos foram reconquistados pela sigla PRD.

SILÊNCIO

Janeiro já passou da metade e os partidos políticos locais estão silentes com relação a pré-candidaturas a prefeito. O único nome certo é do prefeito Aladim, que disputará a reeleição. O silêncio, de certo modo, é justificado como prevenção e cautela, por causa da janela partidária que começa em 6 de março e termina em 6 de abril. Durante esses 30 dias, prefeitos e vereadores podem mudar de partido sem colocar em risco o cargo. Então é provável que somente a partir do dia 15 de abril os partidos comecem a discutir candidaturas.

MAIS UM ANO

Alguns vereadores, na tentativa de mostrar serviço, formaram várias Comissões de Assuntos Relevantes nos últimos três anos. Até onde dado a conhecimento, nenhuma foi concluída, ou seja, não se sabe absolutamente nada do resultado. Aliás, não se sabe nem mesmo quais eram as propostas. Certamente, como dito anteriormente, algum dos senhores edis vai pedir prorrogação de prazo.

EM FEVEREIRO

O calendário, assim como a música, diz que “em fevereiro, tem carnaval…” E também o início da fase mais desesperadora para os intrépidos e solertes vereadores. Se pouco produziram ao longo de três anos, as atenções agora estarão voltadas exclusivamente aos eleitores. O medo da maioria é não se reeleger. E olha que as pesquisas que rolam pela cidade, mostram exatamente isso, mais da metade não deve voltar.

LÍNGUA PÁTRIA

Quem acompanhou pela Imprensa Oficial os resultados do concurso realizado pela Câmara Municipal, para preenchimento de vários cargos, notou que a língua pátria continua sendo maltratada e a falta de conhecimento dela é algo assustador. Os candidatos, inclusive os aprovados, foram bem na prova de conhecimentos específicos, mais ou menos em matemática, sofríveis em noções de informática e péssimos em português. Para o cargo de Procurador Legislativo os acertos na língua pátria foram os melhores. Já vão longe os tempos em que a Educação neste País era muito boa.

O POVO PAGA (I)

O Ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macedo (PT), pode ser investigado a pedido do Ministério Público por ter autorizado três de seus assessores a viajar a Aracaju, seu reduto eleitoral, e participar de um carnaval fora de época. No total foram gastos R$ 18.559,27 na compra de passagens aéreas. Denunciado pelo jornal Estadão, o ministro disse que não sabia do fato. Os servidores envolvidos terão que devolver os valores aos cofres públicos.

O POVO PAGA (II)

Também na última semana, o Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União, pediu que o TCU investigue o ministro de Portos e Aeroportos , Silvio  Costa Filho (Republicanos). Segundo revelação feita pelo jornal O Globo, o ministro usou verba da Câmara Federal quando estava no cargo de deputado para abastecer com gasolina carros de seus parentes. De abril de 2022 a agosto de 2023 ele gastou R$ 105.100,00 em único posto de gasolina. O Ministro disse que não sabia dos gastos e culpou o posto de gasolina. É a chamada farra da carreta furacão.

 FOLCLORE POLÍTICO

 O FREGUÊS TEM RAZÃO

Três vezes prefeito, em tempos em que não existia reeleição, o que lhe confere ainda mais virtude como político, Luiz Chamma sempre primou por não contrariar quem quer fosse, especialmente em períodos eleitorais. Sua estratégia, que sempre funcionou, era não perder votos.

Certa feita, em suas andanças pela cidade, Chamma encontra-se com um eleitor na Rua XV de Novembro, a quem cumprimenta efusivamente: – e aí Zé, como vai a vida, a família? Sabe que mais uma vez conto com o seu voto né!

E o eleitor, contente pela atenção de Chamma, responde: – claro Dr. Luiz (muitos achavam que o prefeito era doutor), mas só tenho uma questão para pedir ao senhor. Quando voltar na Prefeitura, e Deus vai ajudar nisso, tem que demitir aquele seu diretor de Obras. Ele é antipático, nariz empinado, pouco escuta os pedidos, promete e não cumpre nada.

Ao que Chamma, com rapidez de raciocínio, responde: – você tem razão Zé. O sujeito é um casca grossa, já me trouxe problemas quando estive na Prefeitura anteriormente. Não se preocupe, a primeira coisa que vou fazer é mandá-lo embora. Mas para isso, conto com o seu voto. Chamma levou o voto, inclusive de toda a família do Zé.

Dias depois, agora na Av. Tabelião Passarella, Chamma se encontra com outro eleitor conhecido, que lhe diz taxativamente: – seu Luiz, conte com o meu voto e de todo mundo lá no bairro, mas preciso lhe pedir algo: – o senhor tem que manter no cargo aquele seu diretor de Obras. Homem muito bom, atencioso e tem resolvido os problemas quando a gente pede pra ele.

Astuto, Chamma logo dispara: – você tem toda a razão. É um bom funcionário, me ajuda muito e vai continuar trabalhando comigo.

Moral da história: político inteligente interpreta os desejos dos eleitores e responde aquilo que eles querem ouvir. E foi assim que Chamma se tornou o maior político da história da cidade.