Coluna do Correio

FRASE

“Deve-se escolher os amigos pela beleza, os conhecidos pelo caráter e os inimigos pela inteligência.” (Oscar Wilde, teatrólogo e escritor irlandês)

FUTURO

Analistas e segmentos representativos da sociedade mairiporanense avaliam que o governo do prefeito Aladim conseguiu capitalizar apoios importantes em outras esferas (Estado e União) e com isso evitar que a cidade tivesse um novo e longo período de estagnação. O prefeito, na verdade, conseguiu elevar o patamar de Mairiporã na economia regional. Pessoas próximas ao chefe do Executivo estimam que em um eventual segundo mandato, algo em torno de R$ 1 bilhão serão investidos na cidade – recursos públicos e privados -, o que vai transformar o município num dos mais prósperos não só na região. Aladim, em seu primeiro mandato, ajustou as contas públicas, pavimentou o caminho para investimentos e iniciou o planejamento do futuro com sustentabilidade.

ESCALÃO

As muitas especulações em torno de mudanças no primeiro escalão do governo municipal, ao que parece, não vão prosperar. Pelo andar da carruagem tudo vai continuar como está no Palácio Tibiriçá, pois a estratégia usada no futebol, de não se mexer em time que está ganhando, continua sendo utilizada. Há uma ou duas pastas que destoam das demais, como a Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana, considerada a pior de todas, porém nada que deslustre o trabalho como um todo.

LIMPEZA

Os vereadores estiveram reunidos este mês para duas sessões extraordinárias. No meio político, são conhecidas como ‘limpa pauta’, ou seja, as que não foram discutidas e votadas até o dia 15 de dezembro do ano passado, quando teve início o recesso parlamentar.

CORRERIA

Muitos partidos políticos locais iniciaram o ano correndo atrás do prejuízo, pois neste momento não estão aptos a disputar as eleições municipais de outubro. Além disso, buscam evitar outras sanções da Justiça Eleitoral. Muitos deles não prestaram contas no ano passado e foram penalizados com a suspensão do recebimento das cotas dos fundos partidário e eleitoral.

AS CONTAS

Todo e qualquer partido deve prestar contas mesmo que não tenha movimentado recursos financeiros ao final de cada ano, que em Mairiporã é justamente o caso da maior parte das legendas. Até novembro último, segundo levantamento deste jornal, apenas 6 agremiações partidárias estavam regulares.

ÚLTIMA HORA

Comportamento típico de brasileiros, os diretórios e comissões provisórias deixam tudo para a última hora e transformam o período pré-eleição num deus nos acuda. Mas também como visto nos pleitos anteriores, a maioria vai estar liberada para a disputa.

 

BOLSOS

Todo começo de ano é um momento aterrorizante para o cidadão. Contas e mais contas devem ser pagas, a começar por IPVA, IPTU, seguro de carro, matrícula e material escolar, renovação do plano de saúde, enfim, um conjunto de obrigações que certamente nem todos têm condições financeiras de arcar. Porém, agora em 2024, essa preocupação vai aumentar, já que a mudança recente traz de volta a cobrança total dos impostos PIS/Cofins. Portanto, bolsos à postos para mais despesas com os custos do diesel, biodiesel e, principalmente, o gás de cozinha.

DEPUTADO

Um dos mais atuantes deputados estaduais que São Paulo conheceu, Campos Machado, faleceu no sábado, na capital paulista. Cumpriu 9 mandatos na Assembleia Legislativa, totalizando 36 anos de atividade parlamentar. Na maior parte de sua histórica política, foi o principal nome do PTB. Campos Machado, em determinado período, destinou recursos para a solução de problemas enfrentados por Mairiporã. Para a história, fica o registro de um dos maiores políticos do Estado.

 

FOLCLORE POLÍTICO

 

A RENÚNCIA

A gestão municipal de 1964/1968 tinha à frente o prefeito Florêncio Pereira e o vice José Enrico Pappalardo. Se havia concordância ou animosidade entre ambos, não era questão fácil de identificar. Florêncio era um homem do povo, político popular, da terra, como se costuma dizer. Já Pappalardo, que era mais conhecido por Zezo, era advogado, homem de letras, o que de certo modo deixava visível as diferenças.

Naqueles tempos, com o regime militar debutando, as solicitações feitas pelas prefeituras ao governo do Estado eram através de ofícios datilografados. Ainda iria levar um bom tempo para a chegada da modernidade dos computadores. O costume, então, era que o prefeito ou seus prepostos, levassem numa maleta certa quantidade de papel timbrado em branco, que seria preenchido com a demanda justamente no órgão a ser visitado. Por lá é que se colocavam no papel as necessidades do município. O papel timbrado, evidentemente, continha apenas a assinatura do chefe do Executivo.

E justamente num desses anos entre 1964/1968, o vice-prefeito Pappalardo ficou encarregado de ir a São Paulo e fazer os pedidos que a cidade elencou como prioritários.

Sabe-se lá, por que cargas d’água, o vice, uma vez na capital bandeirante, preencheu justamente a folha timbrada com a assinatura de Florêncio com a sua renúncia ao cargo de prefeito.

De volta a Mairiporã, surpresa geral, inacreditável, que deixou incrédula toda a classe política e a população. Como Florêncio havia renunciado? Nunca, até então, tinha ouvido falar que não desejaria continuar no cargo. Ainda mais sendo a sua segunda passagem pela Prefeitura, o que garantia que era um político sabedor daquilo que fazia.

Não demorou muito e logo chegou-se à verdade, pois se de fato a renúncia fosse verdadeira, justamente o vice assumiria. Restabelecida a ordem, a renúncia foi devidamente rasgada e a ordem voltou a imperar no Paço Municipal. Sobrou, claro, a cisão entre o prefeito e o vice.