Coluna do Correio

FRASE

“Sim, do mundo nada se leva. Mas é formidável ter uma porção de coisas a que dizer adeus.” (Millôr Fernandes, jornalista, escritor, humorista brasileiro)

HORTIFRÚTIS

Assim que tomar posse, Aladim vai ter que administrar uma horta e um pomar de problemas, cujos produtos terá que descascar. Vão desde nabos e pepinos, até abacaxis. E a faca tem que estar afiada, pois esses hortifrútis são em número elevado.

JANEIRO

Os vereadores que tomam posse dia 1º poderiam, logo depois de eleita a Mesa Diretora, decidir que em janeiro não haverá recesso, ou seja, os trabalhos legislativos começam na segunda semana do novo ano. Isso facilitaria o trabalho do Executivo, que tem inúmeras medidas a tomar e precisa do aval da Câmara, e evitaria as intempestivas sessões extraordinárias.

LEMBRADA

De uma coisa a composição legislativa que termina em 31 de dezembro pode ter certeza: foi a pior da história política da cidade. Em 70 anos de Legislativo nunca houve uma plêiade de vereadores que nada acrescentou ao parlamento. De longe, a que mais se mostrou subserviente ao Executivo, mesmo com a debandada registrada em janeiro deste ano, evidentemente por ser ano eleitoral. Não foi, sem razão, que o eleitor mandou a maioria de volta aos seus lares e afazeres profissionais. E para coroar essa performance, a última sessão teve ares de ‘fim de feira’.

PRODUÇÃO

Com um largo período de férias, sem sessões presenciais ou virtuais, que só voltaram debaixo de muitas críticas em virtude do coronavírus, os vereadores produziram menos em 2020. No caso das indicações, ainda bem, porque é a mesma baboseira de sempre. No total foram 714 indicações, 101 moções e 121 requerimentos.

PAISAGEM

Intrépido líder do burgomestre Aiacyda na Câmara, o vereador Carlos Augusto Forti se despediu do parlamento fazendo ‘cara de paisagem’. O que recebeu em troca de sua fidelidade canina na defesa dos interesses do Executivo, especialmente nos projetos de empréstimos bancários levantados, e que vai sobrar para o novo prefeito pagar, foi a traição, segundo ele mesmo confidenciou aos mais próximos. O prefeito apoiou Marco Antônio (que manteve a cadeira no limite dos votos) e Glauco Costa, que recebeu um ‘não’ do eleitor do tamanho do mundo. Experientes políticos sempre dizem: “Quem serve a dois senhores não serve a nenhum”.

RECADO (I)

Se os vereadores eleitos leram com atenção o recado das urnas, devem ir em sentido oposto ao daqueles que agora se despedem. Os novatos que chegaram à Câmara em 2017 fizeram a opção pelas velhas práticas de legislar e deu no que deu. A dica é menos indicações, moções e requerimentos e mais atenção a projetos e tête-à-tête com prefeito e secretários.

RECADO (II)

Experientes analistas recomendam que o prefeito Aladim tenha um mínimo de habilidade para lidar com os ‘amigos de ocasião’ que ganhou logo no dia 16 de novembro. Adversários e inimigos políticos não viram amigos, viram oportunistas. Antecessores que passaram pelo Palácio Tibiriçá experimentaram dessa receita e quebraram a cara.

CURRÍCULO

Esse é o instrumento que tem feito o maior sucesso dentre aqueles que perderam a boquinha no serviço público municipal. Todos com currículos nas mãos em busca de emprego. Vai ser difícil. Além da concorrência de 14 milhões de brasileiros nessa condição, muitos não tem qualificação para ingressar no mercado de trabalho. E 2024 está longe.

DESPRESTÍGIO

A Secretaria da Educação nunca foi tão desprestigiada quanto nesta última passagem do burgomestre Aiacyda pela Prefeitura. Teve de tudo um pouco. E para marcar o final de seu mandato, deixou claro que a Pasta nunca foi a ‘menina dos seus olhos’, ao nomear a secretária da Fazenda, Andrea Figueira Barreto Vilas Boas para substituir a titular, afastada por licença médica, entre 5 e 15 deste mês. A nomeação foi dia 5, mas a publicação na Imprensa Oficial ocorreu no dia 12, através da Portaria 18.767/2020.

AÇÃO CIVIL

E por falar na secretária Andrea Figueira Barreto Vilas Boas, ela aparece juntamente com o ex-prefeito de Bragança, Fernão Dias Leme, em ação civil pública por ato de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público daquela cidade. Andrea era Secretária de Finanças. Dentre os problemas elencados pelo promotor de justiça, está um apontamento sobre o exercício financeiro de 2016, em que os gestores (prefeito e secretária) foram alertados por 8 vezes, pelo Tribunal de Contas do Estado, do descompasso entre receitas e despesas, e mesmo assim não houve contenção de gastos não obrigatórios e adiáveis. A ação foi proposta em outubro último.