FRASE
“Não se mede a miséria de um país pela pobreza do povo, mas sim pela riqueza dos governantes. Quantos mais ricos no poder, mais miseráveis a margem da sociedade. O que mata a fome do povo é comida e o que alimenta os ricos governantes é a ignorância do povo.” (Agni Shakti, escritora hindu)
ESQUISITO (I)
Como bom soldado da tropa de choque do prefeito, a quem um dia disse coisas que não se diz nem ao diabo, o vereador Gusto foi escalado para ‘explicar’ a locação de veículos de uma empresa sediada em Santana do Parnaíba, onde trabalha o genro do alcaide. Disse o parlamentar que a Nogueira e Nogueira Júnior Ltda., que locou os veículos, não tinha qualquer vínculo com a administração Aiacyda. O curioso é que nas despesas de campanha do então candidato tucano, essa empresa aparece na lista de gastos do PSDB, justamente com locação de veículos (certamente para a campanha) com um total de R$ 19.527,00. Nada há, a princípio, que torne a escolha da empresa ilegal. Mas é imoral! Como da vez anterior, ao explicar gastos da Secretaria de Esportes, o vereador demonstrou falta de preparo e de informações suficientes para ‘puxar o saco’ com eficiência.
SALTAR
Se a administração Aiacyda fizer água mais adiante, como tudo indica diante da falta de recursos e de criatividade, a tropa de choque vai ser a primeira a saltar do barco. Ou como se diz hoje, modernamente, “desembarcar do governo”.
NÃO MUDA (I)
Pobre Mairiporã! Governo entra, governo sai e nada muda. Ao contrário. A cidade anda para trás, como revelam indicadores sociais e econômicos divulgados por órgãos do Estado. É de se lamentar que continue com problemas que datam de muito tempo, como saúde, emprego, segurança e saneamento básico. Um exemplo humilhante é o saneamento básico. A Sabesp está em Mairiporã desde 1969, ou seja, há quase meio século (48 anos exatos) e a rede de coleta de esgoto não chega a 40%. A Fundação Seade, que divulga dados dos municípios paulistas, divulga 38%. Outras fontes, no entanto, falam em menos, apenas 30%.
NÃO MUDA (II)
Sem ser gestor, e em seu terceiro mandato, o prefeito não dá sinais de que seu comportamento vá mudar, ao contrário, se comporta com a arrogância de sempre como se entendesse de tudo. O mesmo vale para os vereadores. Ao invés de discutir problemas que afetam a cidade, de fiscalizar o Executivo como se deve, optam por barganhar cargos comissionados na Prefeitura, onde instalam cabos eleitorais e correligionários, e pegar carona em indicações, moções e requerimentos repetidos à exaustão, que lotam os arquivos da Câmara. Não muda, nada muda. Pobre Mairiporã!
TÍTULO (I)
Por obra dos senhores vereadores, a concessão da principal honraria da cidade, o título de cidadania, continua a ser distribuído sem que a meritocracia seja levada em conta. O último aprovado vai agraciar o deputado Major Olímpio. Além de morar na Serra da Cantareira (nem sabemos se ainda mora lá), que outros méritos tem o parlamentar em relação à cidade? O que fez de extraordinário para e por Mairiporã? O pergaminho se transformou em ferramenta política. Uma vergonha! Mas também é bom que se diga que gavetas da Câmara guardam inúmeras dessas honrarias, cujos homenageados fizeram questão de ignorar, em surtos de bom-senso.
TÍTULO (II)
Os vereadores decidiram acabar com o voto secreto quando decidirem sobre a concessão de cidadania. A decisão vai permitir que o povo conheça aqueles que fazem politicagem barata com a principal honraria da cidade, se é que ela ainda pode ser chamada de ‘honraria’. O voto a partir de agora é na cara dura.
PERDA DE TEMPO
Alguns vereadores que foram cúmplices da administração Márcio Pampuri e hoje se transformaram em ‘baba-ovo’ do novo prefeito, intensificaram o hábito de apresentar pedidos de informações ao Executivo, por mero diletantismo. Não acrescentam nada à função parlamentar, exceto o sadismo de criar dificuldades e ampliar o uso de tinta e papel. E o fazem para satisfazer o ego, quando deveriam justificar o alto subsídio que recebem mensalmente, de R$ 8 mil, quase dez vezes o valor do salário mínimo. A isso, some-se o prazer de encher o saco de quem quer trabalhar. Se tivessem mesmo interessados em informações que beneficiem a população e desempenhar de fato o papel de fiscais do povo, poderiam obter as respostas em qualquer repartição da Prefeitura, já que tem livre acesso a documentos públicos.
MAIS UMA
Os vereadores aprovaram a formação de mais uma Comissão de Assuntos Relevantes. Até os integrantes foram escolhidos. A partir de agora inúmeras reuniões serão realizadas e, se for o caso, algumas diligências. Feito isso vai ser produzido um relatório e… mais nada. Até hoje nenhum tema abordado por essas comissões deu resultado. Mais uma ferramenta que os vereadores usam para lustrar o ego.
SILENCIOSO
Nas últimas quatro sessões legislativas o líder da maior bancada na Câmara (PSDB), Ricardo Vieira, entrou mudo e saiu calado. Cansou? Ou prefere fazer uso do dito popular de que em ‘boca fechada não entra mosca?” Num ponto o líder tem razão: diante de um governo fraco, sem perspectiva de futuro, o melhor é ficar calado.
NO FIM
Restam apenas cinco sessões ordinárias para o fim do ano legislativo, já contada a desta semana. Serão três sessões neste mês e mais duas em dezembro, pois a última deve ocorrer antes do dia 15 de dezembro. Nada impede, claro, que sessões extraordinárias sejam convocadas para discussão e votação de algum projeto. Quem conhece a Câmara em todos os seus meandros não economiza nos adjetivos à atual legislatura: “A pior de todos os tempos, disparada”.
PERSEGUIÇÃO
Ao que parece o prefeito Aiacyda continua com sua prática de perseguir adversários políticos, a quem classifica de inimigos. Foi assim com Jair Oliveira e agora com Márcio Pampuri. As últimas informações são de que moveu ação contra o ex-prefeito do PV em questão relacionada à licitação da coleta de lixo. E contou com o beneplácito de Marcinho da Serra, Alexandre Boava, Nil Dantas, Valdeci América, Ricardo Ruiz, Dr. Nando e Gusto Forti, todos não só eleitos pela coligação de Pampuri nas eleições do ano passado, como amigos do então chefe do Executivo e frequentadores assíduos do gabinete do ex-secretário de governo, a quem juraram fidelidade. Ô raça!
PROMOTORIA
O Ministério Público de Mairiporã poderia se debruçar sobre o número de cargos comissionados na Prefeitura, que passa de 100, e analisar, principalmente, o custo-benefício. Há muito gente sem fazer nada, apenas desfrutando do bom salário e da prerrogativa de ser apadrinhada de políticos.