AS PRINCIPAIS vacinas do calendário infantil no Brasil seguem abaixo dos percentuais de 90% a 95% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dados preliminares divulgados no último dia 11, pelo Ministério da Saúde, mostram que até agosto a cobertura das doses indicadas para crianças com até 23 meses de vida variava de 53% a 75%.
Entre as vacinas com menor cobertura estão a primeira dose da tetra viral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela, com 53,5%; contra a hepatite A, com 57,1%; e a pentavalente, que protege contra coqueluche, difteria, tétano, meningite e hepatite B, com 59,6%.
Já as vacinas com melhor cobertura são a BCG, que protege contra a tuberculose, com 75,9%; a primeira dose da tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, com 68,7%; e a pneumo 10V, que previne cerca de 70% das doenças graves (pneumonia, meningite e otite) causadas por dez sorotipos de pneumococos, com 67,3%.
Cenário – Levantamento de rotina do ministério feito com estados e municípios, em visitas domiciliares na busca de não vacinados, indica como principais causas para a redução das coberturas vacinais o próprio sucesso do Programa Nacional de Imunizações, visto que não há mais circulação de algumas doenças, como a poliomielite.
Outra causa verificada pelas equipes de saúde é a desinformação provocada por boatos de que as vacinas não funcionam ou que trazem graves efeitos colaterais. A população, segundo a pasta, também indica que o horário de funcionamento das unidades de saúde é incompatível com a jornada de trabalho de pais e responsáveis.
Campanha – Diante das baixas coberturas vacinais, o governo federal lançou no início da semana campanha publicitária que alerta para a importância de se manter a vacinação em dia. O objetivo é mostrar que os baixos índices podem ser perigosos, uma vez que abrem caminho para a reintrodução de doenças já eliminadas e que podem matar.
Sob o conceito ‘Porque contra Arrependimento não Existe Vacina’, as peças publicitárias são classificadas pela própria pasta como impactantes e mostram casos reais de pessoas que sofrem até hoje por não terem sido vacinadas. Pela primeira vez, a mascote das campanhas de vacinação do ministério, Zé Gotinha, aparece em tom sério e preocupado.