1.A falácia do voto impresso faz relembrar a República das Bananas. O ‘voto impresso’ faz retroceder processo eleitoral nos anos 1990, por volta de 25 anos atrás e a ‘república das bananas’ a mais de um século quando a “o termo foi cunhado pelo escritor americano William Sydney Porter, conhecido como O. Henry, no conto ‘O Almirante’, de 1904. A história do conto se passa na Anchúria, país fictício descrito pelo autor como “uma pequena república de bananas”. Acredita-se que Porter tenha se inspirado em Honduras, onde morava quando escreveu a história”. https://www.bbc.com/portuguese/brasil/
Analisando com racionalidade percebe-se a forma camuflada da intencionalidade da permanência no poder usando como artifícios algumas intrigas, como essa falsa polêmica do ‘voto impresso’, vinculando-o como garantia de ‘eleições auditáveis’.
Destaca-se que o atual presidente já foi eleito sem votos impressos pelo menos quatro (4) vezes como deputado e na última para a presidência. O sistema foi adotado em todo o país nas eleições de 1998, depois de experimento em 1996, nas eleições municipais de alguns municípios brasileiros. Sabe-se que as urnas eletrônicas revolucionaram as eleições brasileiras.
Foram 12 eleições auditáveis e sem denúncias de fraudes. Nelas, o voto eletrônico passa por auditoria antes, durante e depois das eleições, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A Justiça Eleitoral faz a chamada “votação paralela”, que serve para verificar se as urnas eletrônicas estão registrando votos corretamente. Além disso, se um partido político pedir, é possível checar, após o fim da votação, os resultados de cada urna e comparar com a totalização (soma dos votos de cada urna) feita pelo TSE, conforme site www. tse.jus.br.
A intriga está na narrativa condicionando ameaça de não haver eleições, conforme protagonizada, nada mais nada menos, pelo Ministro de Estado da Defesa, general Braga Neto, como ecos das sucessivas falas do presidente. “Se não tiver eleição auditável, não haverá eleição” que, supostamente o general Braga Neto, afirmou pessoalmente a Arthur Lira, presidente da Câmara, como publica o site do Carta Capital, no último dia 22 de julho.
A seguir, o vice-presidente, o general da reserva Mourão, se posicionou dizendo que “o Brasil não é ‘república de bananas’ e que haverá eleição mesmo sem voto impresso”. Um bate, outro assopra! Estratégia para dar corpo e volume a intriga.
Surge, então, a ‘república de bananas’ que segundo a Wikipédia, a enciclopédia livre a “República das bananas é um termo pejorativo para um país, normalmente latino-americano, politicamente instável, submisso a um país rico e frequentemente com um governante corrompido e opressor, revolucionário ou não, ou por uma junta militar. Sua economia é, em grande parte, dependente da exportação de monoculturas, tais como bananas, café, laranjas ou cana-de-açúcar, ou até mesmo a minerais.”
Vamos para a análise racional. Ao mencionar a ‘republica de bananas’ subliminarmente traz proximidade a ‘golpe de estado’ e, também nas entrelinhas, um suposto rompimento com a constituição e o Estado Democrático de Direito.
Poucos sabem que as urnas eletrônicas nascem com militares das Forças Armadas. A urna eletrônica teve, entre os seus inventores, militares das Forças Armadas, grupos de engenheiros e pesquisadores ligados ao Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial (CTA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que tiveram participação fundamental no projeto da eleição informatizada em grande escala no País.
Por qual motivo ameaçar com ‘coup d’état’ – golpe de estado? Afinal, as eleições no Brasil, com as urnas eletrônicas, protagonizaram o seu caráter ‘révolutionnaire et innovant’ nos últimos 25 anos. Pelo menos há reconhecimento da legitimidade das eleições brasileiras de paises democráticos.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)