Alguém conhece a sensação da bola de neve? Não de brincar de jogar uma bola de neve em outra pessoa, mas de estar dentro dela. Como se um problema levasse a outro, que leva a outro e assim por diante.
Muitas vezes não estão nem ao menos relacionados, mas parece que tudo acontece na mesma hora, no mesmo dia, na mesma semana.
Questões que nem precisam ser tão grandes assim. Afinal, o mundo já está cheio de questões grandes nesse momento, que não pertencem a ninguém – e ao mesmo tempo a todo mundo.
Situações extremas que nos forçam a pensar e, consequentemente, absorver. É como se estivessem batendo na porta de casa, porque realmente estão. Isso, somado aos contratempos do dia-a-dia, aquela ideia que não foi para frente, aquele dedinho que bateu na quina e basta. A bola de neve começou a rolar.
Para mim, dura a semana. Já durou o mês, o ano, depende. Livremente, abro mão da quinta, da sexta, já que a segunda, a terça e a quarta não deram certo. Anseio por aquele suspiro – o final de semana. Pode a bola de neve parar de rolar no sábado?
E para! Volta na segunda, sim. Com menos força? Nem sempre. Mas há aquele pingo – o de esperança. Sempre odiei segundas, acreditando que muita gente se ilude com a ideia de primeira chance, nova chance. Mas será que não é da segunda que a gente precisa, uma vez ou outra?