(os bastidores da politica local)
ORÇAMENTO
A votação Lei Orçamentária Anual (LOA) aconteceu na terça-feira. Os vereadores aprovaram sem mudar uma vírgula o texto original, porém fizeram uso de um dispositivo colocado pelos deputados na Constituição, e deitaram e rolaram. Com o poder de apresentar emendas individuais impositivas, que o Executivo é obrigado a cumprir, ou dizer por que não irá fazê-lo, se fartaram: foram 55 emendas com os mais bizarros pedidos, todos aqueles que nos últimos anos constaram de inócuas indicações, requerimentos e moções, que agora fazem parte da lei. Uma festa! Agora é esperar pelas ações do prefeito, que não é muito afeito a atender legisladores. Aliás, não nutre qualquer simpatia por vereadores, pois aprendeu, durante seus muitos mandatos como um deles, que vereador não apita. Só escuta o barulho.
PAUTA LIVRE
Com a aprovação do Orçamento para 2019, os vereadores deverão ter pauta livre na última sessão do ano, dia 11, quando apenas a escolha da nova Mesa Diretora será feita pelo voto dos senhores vereadores. A produção legislativa foi a pior dos últimos anos, com temas repetitivos utilizados em indicações e requerimentos. O que mais chamou a atenção foi o número elevado de moções, a maioria de apelo, que certamente não foram ouvidas aos endereçados, especialmente pelo chefe do Executivo. Já disse certa feita que as moções de apelo, em se conhecendo bem o prefeito, deveriam ser feitas diretamente a Deus.
CALADOS
Em ano eleitoral os vereadores são ágeis em procurar pelos servidores públicos para pedir voto. A contrapartida é a que se viu mais uma vez este ano: Câmara calada na defesa dos interesses da categoria, ou seja, nenhuma palavra sobre o Plano de Cargos e Salários do funcionalismo. Os vereadores não fizeram uma única cobrança ao prefeito sobre o tão sonhado documento que poderia beneficiá-los no futuro. Esse silêncio é ainda pior que o do prefeito, que todos sabem não quer implantar o plano.
SINDICATO (I)
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, formado para defender os interesses da categoria, finge se preocupar com o Plano de Cargos e Salários. Ano vai, ano vem, fica só nas ameaças de que vai agir. Em 2018 foi ainda mais ausente. A junção de três desinteressados, Câmara, Prefeitura e Sindicato, submete o funcionalismo a salários indecentes e presa fácil do amadorismo e improviso com que esse triunvirato lida com a questão. O resultado depois de anos de trabalho são servidores que se aposentam com salários de fome. É vergonhosa essa omissão.
SINDICATO (II)
Ainda em relação ao sindicato local do funcionalismo, se antes da mudança da lei, que acabou com aquela mordomia de usurpar um dia de salário de todos os trabalhadores para encher ‘as burras’ sindicalistas, nunca se preocupou de fato em fazer valer os direitos dos funcionários e implantar o Plano de Cargos e Salários, imagine agora que a ‘boquinha’ acabou.
PRESIDÊNCIA (I)
Com a proximidade da eleição para presidente da Câmara ganhou corpo a versão de que o vereador Chinão Ruiz é o candidato preferencial do prefeito Antônio Aiacyda, embora em círculos fechados o alcaide diga que não vai apoiar nenhum dos dois postulantes. Como diz nosso guru espiritual, Gaiato. “É bem o estilo do prefeito. Quando apertado, espana”.
PRESIDÊNCIA (II)
Nos bastidores da escolha, no entanto, foi declarada guerra entre os dois candidatos. O Ricardo tucano parece, neste momento, ter a preferência da maioria de seus pares. O Ricardo adesista ainda corre atrás dos votos de que precisa para vencer. Essa guerra, até onde se tem conhecimento, virou um vale tudo, com direito a intrigas palacianas e panfletos apócrifos produzidos na calada da noite.
FÔLEGO
O burgomestre Antônio Aiacyda, se já não saiu por conta própria do PSDB, ganhou fôlego até 2019, quando serão decididas as expulsões de tucanos que não apoiaram o governador eleito de São Paulo. O bico grande de Mairiporã foi um dos primeiros a pular fora do ninho e correr para os braços de Márcio França, governador que deixa o cargo em dezembro. Analistas experientes avaliam que Aiacyda deveria sair o quanto antes, principalmente porque o seu ‘grande e dileto amigo’, Geraldo Alckmin, embora presida o partido, não apita nem chegada e partida de trens.
NOVA OAB
Depois de 12 anos os advogados decidiram, ainda que por maioria apertada, que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mairiporã deve respirar novos ares. Assim, elegeram a chapa de oposição para comandar a entidade nos próximos três anos. Pelos resultados em todo o Estado de São Paulo, a ‘Onda Bolsonaro’ varreu os ocupantes das subseções que há anos estavam no comando.
TRÂNSITO E SEMÁFOROS
Nota publicada pela Imprensa Oficial, bem lacônica e ao estilo do governo Aiacyda, diz que semáforos serão instalados nos principais entroncamentos da cidade. Fala-se muito que dois desses equipamentos vão ser colocados na principal avenida da cidade, a Tabelião Passarella. Se verdadeira a informação, especialistas são rápidos em afirmar que a via se transformará num caos. Corredor de 90% dos veículos que circulam pela cidade, a Tabelião não comporta paradas por conta de semáforos. Vai ser o diabo. Ou seja, o governo municipal faz tudo que é impossível para piorar cada vez mais o trânsito da cidade. E aí, como amigo motorista, só fazendo como o cara da ilustração acima. Trânsito e segurança em Mairiporã estão enquadrados em duas categorias de filme: ficção e terror.
DOIS CAMINHOS
A Prefeitura, em especial quando Antônio Aiacyda é prefeito, usa caminhos diferentes quando o assunto é arrecadação através de Refis. Ao lançar o programa, à espera de um milagre, faz todo tipo de propaganda e conclama o contribuinte a pagar o que deve. Quando conhece os primeiros resultados, não divulga. É por isso que em Mairiporã os devedores fingem que pagam, e o governo finge que realiza.
TROMBADA
A ‘trombada’ que levou nas eleições, e que não teve tempo nem mesmo de anotar a chapa do caminhão que o atropelou, fez com que o prefeito não falasse mais de política desde então. Silêncio tem sido a sua estratégia, inclusive e especialmente a respeito da instalação da AME, prometida pelo governador derrotado nas urnas. Confiar que João Dória vá levar adiante esse projeto é acreditar em Papai Noel, que por sinal está chegando por ai. Para quem acredita, é claro!
VIOLÊNCIA
Espantosa a violência nas cinco cidades da região. Claro que não é privilégio nosso, a coisa se espalhou Brasil afora. Mas nem por isso Mairiporã deveria se orgulhar de ser a primeira da região em número de furtos e roubos de veículos e a segunda em homicídios dolosos. Nossas autoridades assistem a isso tudo com cara de paisagem.
PORTEIRA ABERTA
Os deputados, boa parte deles de saída do Congresso, aprovaram projeto que flexibiliza a Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, pode-se ultrapassar o limite imposto para a folha de pagamento de servidores. Vai ser uma farra e tanto. Se com a lei, que segurou os gastos dos municípios e segurou nomeações ilimitadas de cabos eleitorais e correligionários, as despesas ficaram no limite, agora permitirá, sem culpa, quebradeira geral de Prefeituras e Estados. Abriram a porteira e, onde passava um boi, vai escoar uma boiada.
MÍNIMO
A cada anúncio sobre o valor do novo salário mínimo, os políticos festejam como se tivessem conquistado um feito e tanto. Com a entrada em vigor, em janeiro do novo mínimo, de R$ 1.006,00, o trabalhador vai ficar com a sensação de que ele vale menos do que valiam os R$ 954 que vigoram até o final do ano. Isso se deve, em muito, ao gás de cozinha, gasolina e energia elétrica.
CONSTATAÇÃO
Frase do premiado cineasta Jorge Furtado cai feito uma luva para muita gente, inclusive e principalmente de Mairiporã: “As pessoas não apenas são ignorantes, elas parecem ter orgulho de ser ignorantes”. Falou e disse!