Abordamos aqui, na semana passada, todos os cuidados e ações que o poder público e a população devem concentrar no período chuvoso que começou mais fortemente a partir deste mês. E de dezembro ao início de abril do ano que vem, vai ser assim, fortes chuvas, inundações, deslizamentos de terra, queda de árvores, interrupção de energia elétrica e, para os mais pobres, que sem opção construíram suas casas em morros ou encostas, o desastre maior, que é o surgimento de vítimas fatais por tudo aquilo que as chuvas em demasia proporcionam.
Mairiporã sempre teve histórico de problemas com muita chuva, desde 1985, quando a Represa Paiva Castro, em duas oportunidades, teve que abrir suas comportas para não inundar cidades vizinhas.
Nos últimos dez anos inúmeros registros de vítimas fatais, casas desmoronadas e famílias ao desabrigo.
O período acima citado será, segundo os institutos de meteorologia, bastante chuvoso, o suficiente para atingir quem não se prevenir ou buscar de imediato soluções que possam minimizar os problemas.
Tem chovido com altos índices de pluviometria nos últimos dias. Invariavelmente, chove a partir da tarde e invade a noite e a madrugada. Houve dias em que choveu o suficiente para mais de 30 dias.
Portanto, cabe inicialmente à Defesa Civil, através de ações concretas, retirar famílias de áreas consideradas de risco, insistir para que saiam e evitar tragédias de outros tempos.
Até hoje a Defesa Civil nunca emitiu uma nota, ou mesmo informação mais abrangente, sobre quais são as áreas de risco e os bairros onde se localizam e o montante de residências que correm o risco de desabamento. Seria importante levar esses dados a conhecimento público, porém isso nunca ocorreu. No entanto, sabe-se da existência desse mapa, que mostra que as autoridades têm conhecimento dos locais potencialmente problemáticos. Resta saber como vão agir para enfrentá-los.
Também é sabido que esses mapas especificam quais os locais que representam risco alto ou muito alto.
Que nossas autoridades não façam uso daquele antigo dito popular, de ‘colocar a tranca na porta depois que o ladrão roubou’. Neste caso, e mais grave, roubará vidas.
Dancinhas
A imprensa esportiva brasileira, de forma geral, salvo raríssimas exceções, é repetitiva, cansativa, e todos, indistintamente, são técnicos de futebol. Esse quadro vem de longe.
Durante a Copa do Mundo do Catar foram acrescentadas outras ‘pérolas’ ao repertório, como o achismo, a adivinhação, receitas técnicas e táticas de como o Brasil deveria jogar, quais jogadores escalar, enfim, os cronistas sabem tudo, muito mais que os treinadores.
O que chamou a atenção nos últimos dias, no entanto, que acabou virando manchete de jornal, de redes sociais e longos debates nos programas esportivos de TV, foi o fato de um ex-jogador inglês criticar jogadores brasileiros e o técnico Tite, pelas dancinhas que fizeram após a marcação de gols. Gente, inacreditável isso. Um assunto tão banal ficou dias e dias em cartaz na mídia, com acalorados comentários, críticas exacerbadas ao ex-jogador e hoje comentarista inglês e explicações sobre a cultura do futebol.
Um assunto que beirou a idiotice, mas que movimentou todo o jornalismo esportivo brasileiro, como se a discordância do inglês fosse uma ofensa grave à Nação, representada pela seleção.
Na falta de coisa melhor para fazer e exercitando seu lado populista, até o presidente Lula deu seu pitaco na dancinha.
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