Ansiedade nossa de cada dia

A vida anda meio de cabeça para baixo mesmo. Muita gente dividindo essa sensação de que quando termina o dia, não deu tempo de fazer tudo e que parece que estamos enxugando gelo sem que as tarefas sejam finalizadas ou pareçam organizadas. Vou além: parece que está difícil achar o fio da meada e saber por onde começar.

Evidente que um especialista poderia discorrer e argumentar facilmente as causas e talvez tudo estivesse ligado ao momento de crises na saúde e na economia. Para mim, a verdade é que no fundo não estávamos preparados para tantas mudanças trazidas pelas limitações, dúvidas, sustos e perdas. O mundo vinha dando o gostinho de controle absoluto, banalidades e busca por poder e ostentação.

As futilidades não terminaram, algumas migraram para outros aplicativos, mas estão aí na palma das mãos alimentando as nossas mentes vazias de raízes e lotadas de ilusões.

A tal da ansiedade não deixa a gente viver bem o momento presente, porquê se encarrega de trazer antecipadamente toda carga do dia de amanhã e consigo as preocupações. Nem cheguei lá e já estou imaginando como serão os enfrentamentos que sequer nasceram, mas que já ocupam em mim um lugar de destaque capaz de me tirar o sossego e balançar o humor. Há quem desenvolva até falta de ar, sufocamento e aperto no peito.

Como não quero ficar só nas conclusões, tenho a obrigação com você, leitor, de partilhar soluções boas, caso você também ande meio ansioso. Como fazer para deixar de lado as preocupações futuras e dar aquela relaxada? Dicas desse humilde colunista baseadas no que serve comumente a mim.

A primeira, é não se preocupar em se preocupar. Aceitar que é normal e não deixar o bicho papão maior do que já é. Importante também fazer as pazes com a incerteza, já que a dúvida sobre se vai dar certo, não vai matar ninguém. Posso dizer também que é excelente conselho expor a preocupação com alguém de confiança. Ajuda demais quando tocamos o dedo na ferida e mergulhamos no íntimo das tribulações interiores para que cada vez menos elas interfiram na capacidade de viver bem o agora e não perder a oportunidade de ser feliz hoje.

 

Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb