A AMEAÇA de greve dos caminhoneiros joga os holofotes na alta preço do diesel. Enquanto isso, o preço da gasolina aumenta a passos largos. Em 2019, o reajuste da Petrobras para o combustível vendido nas refinarias chega a quase 30%, enquanto o do diesel soma 24%. Contudo, o impacto total desses reajustes ainda não foi sentido completamente pelos consumidores, uma vez que distribuidoras estão absorvendo parte desse aumento. Além disso, a Petrobrás não repassou integralmente os ajustes da cotação do petróleo no mercado internacional.
Para compensar a paridade internacional, só nos últimos 30 dias a Petrobras deveria ter elevado em R$ 0,18 e não em R$ 0,11 o preço do litro da gasolina.
A decisão das distribuidoras em absorver parte do reajuste tem poupado os motoristas, mesmo que nem sempre percebamos na prática, com os preços altíssimos nos postos de combustíveis. No primeiro trimestre, o aumento nas bombas de gasolina nos postos foi de apenas 0,7%, ante uma alta de 20,2% nas refinarias no mesmo período, segundo dados da Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural).
Dados do IBGE mostram que a alta da gasolina começou a pesar mais no bolso do consumidor este ano a partir de março, quando foi responsável por 16% da inflação de 0,75% registrada pelo IPCA. O produto é o terceiro item que mais afeta o orçamento das famílias brasileiras, atrás apenas da refeição consumida fora de casa e do custo do empregado doméstico.