Alimentar os vulneráveis

A cada notícia econômica, um susto. Não bastasse o salário mínimo estar aquém das necessidades mínimas do cidadão, compreendendo-se aí morar, alimentar, cuidados pessoais e de saúde, mais um componente cruel se junta a essa condição: o preço dos alimentos.

Ainda sob os reflexos da pandemia, que vão durar décadas, a economia tem sido dura para aqueles que ganham menos e os que se encontram em situação de vulnerabilidade.

Em apenas um mês, segundo reportagem deste semanário, a cesta básica teve seu preço aumentado em quase 8%, considerando-se uma família de 4 pessoas. Em Mairiporã, entre fevereiro e março, ela chegou a R$ 1.066,00, ou seja, 88% do valor do salário mínimo.

O mais penoso nessa história toda é que os alimentos que haviam sido escolhidos pelo consumidor para substituir carne e alguns hortifrutigranjeiros proibitivos, também tiveram seus preços reajustados, o que elevou o valor da cesta.

Claro que nessa história toda está embutido o aumento absurdo dos combustíveis. Ele é a mola que impulsiona todos os outros setores da cadeia produtiva.

O que se cobra é que o poder público indique caminhos para que as pessoas consigam ao menos garantir o prato de comida. Estender a mão neste momento é fundamental.

Por outro lado, esses preços abusivos explicam, de certa forma, o crescente aumento na distribuição de cestas básicas por parte das prefeituras. Ainda não é o suficiente, mas trazendo a questão para nossa cidade, é imperioso reconhecer que o governo local (destaque para o Fundo Social) está fazendo a sua parte, indo de encontro às famílias mais carentes.

A preocupação com a vulnerabilidade das pessoas deve ser prioridade em todas as instâncias governamentais. Os mais pobres se sentem atormentados com a situação e o remédio para isso é fazer chegar a eles a ajuda de que necessitam. Ampliar políticas de proteção às famílias é uma das saídas.

 

 

Ozório Mendes é advogado militante na Comarca, foi vereador e presidente da Câmara na gestão 1983/1988