Retorno das aulas presenciais, previsto para a próxima segunda feira, dia 21 de junho, será prorrogado por 15 dias, para avaliação do comportamento da pandemia comunicou a prefeitura de Mairiporã nas redes sociais, na tarde da última quinta-feira (17).
O retorno adiado previa os protocolos de segurança necessários e a realização de orientações aos pais e responsáveis sobre os procedimentos a serem adotados, nessa nova etapa, após um ano de atividades remotas.
Esse período de limitação no processo de aprendizagem trouxe inevitáveis “sequelas pedagógicas”– deficiências de aprendizagens pelo necessário e longo período sem aulas presenciais.
Os desafios nessa nova etapa passam por garantir a rotina dos procedimentos de segurança dos alunos e das equipes das escolas. Inicialmente, do ponto de vista pedagógico, um diagnóstico situacional detalhado do atual estágio da aprendizagem de cada aluno para identificar as possíveis ‘sequelas pedagógicas’.
Com base nos resultados do diagnóstico situacional constituir um planejamento completo e detalhado sem deixar de incluir nas escolas, na minha visão, as ‘UPIs- Unidades Pedagógicas Intensivas’. Essas unidades devem respeitar os níveis das deficiências de cada aluno e possibilitar condições adequadas de aprendizagem. Necessário retroagir com as práticas pedagógicas que deixaram de ocorrer presencialmente e, se possível, de forma individual cuidando caso a caso.
Não confundir as UPIs com os conhecidos períodos de reforços, pois nesse caso as crianças não tiveram sequer as oportunidades de vivenciar com sua professora o desenvolvimento das habilidades e competências inerentes ao planejamento educacional presencial.
É certo que não temos experiências, pois é uma situação nova para professores e alunos. Se colocar no lugar do outro pode ajudar a criar caminhos novos.
Necessário compreender que a alfabetização se propõe preliminarmente na educação infantil para depois amadurecer nos dois primeiros anos do ensino fundamental, se consolidando na maioria das vezes no terceiro ano.
Como imaginar uma criança no primeiro ano ou segundo sendo alfabetizada de forma remota. Impraticável. Esse período pandêmico negou a essa possibilidade para essas crianças. Aprender a ler e escrever no momento certo cria caminhos através de uma relação ensino e aprendizagem que, no processo de alfabetização, se mistura com afeto, dedicação e carinho pela proximidade na relação com o educador alfabetizador pela transformação na vida das crianças.
Os cuidados no cotidiano da sala de aula extrapolam outros momentos de nossa formação. Na sala de aula as possibilidades de trocas através de gestos e palavras de forma ampla provoca e aproxima cada um, a seu tempo, ao conhecimento. Janelas se abrem e cada um enxerga o mundo do seu jeito. Histórias e experiências se multiplicam criando possibilidades.
Nossas escolas fechadas na pandemia salvaram vidas. Agora o resgatar do tempo de aprendizagem perdido vai depender dos compromissos e comprometimentos coletivos entre os adultos responsáveis por proporcionar a educação dessa geração. Cada um fazendo a sua parte e todos respeitando o direito dessas crianças por ensino de qualidade.
Acredito que será feito o melhor para essas crianças da melhor maneira possível. A história mostra que diante da adversidade construímos caminhos inimagináveis.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)