A função social fundamental da escola é socializar as crianças e jovens, essencial para a formação do indivíduo, pois o prepara para viver em sociedade e melhora a sua condição social.
A conquista de conhecimento surge com a alfabetização nos anos iniciais do ensino. Ler e escrever torna a pessoa apta a se comunicar com os outros, descobrindo melhor o mundo à sua volta.
Segundo a UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a alfabetização é um processo que traz habilidades cognitivas básicas fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico de conscientização da sociedade, possibilitando reflexões críticas essenciais para a transformação pessoal e social.
No Brasil o SAEB – Sistema de Avalição da Educação Básica define o ‘estudante alfabetizado’ diante de seu aprendizado com habilidades básicas de leitura e de escrita. Todo ano avalia e o resultado ocorre no início do 2º semestre do ano seguinte. O último resultado disponível é o de 2021, que no segundo ano (2º) do EF – Ensino Fundamental, considerou 43,6% dos alunos alfabetizados, registrando um decréscimo em relação a 2019, com resultado de 60,3%, evidentemente pelo impacto do período pandêmico – Covid-19.
O SAEB adota as escalas de proficiência em cada ano escolar. As redes escolares deveriam constituir em seu Planos de Ensino tais escalas e, para fazer um acompanhamento da evolução desse aprendizado adotar avaliações externas – geradas pelas Secretarias de Educação. Daí um norte possibilitando ofertar ensino de qualidade de forma equitativa e padronizada.
A padronização pode se dar através de ações assertivas de iniciativa de uma gestão educacional para melhorar o nível de alfabetização e seus conhecimentos demonstrando-se, desta forma, ser comprometida com os alunos, cumprindo da melhor forma possível condições adequadas de trabalho para os profissionais da educação diante da missão de ensinar nossas crianças.
Uma experiência com ações adotadas entre 2017 – 2020 na rede municipal de Mairiporã resultou em melhoria no desenvolvimento da aprendizagem conforme os indicadores favoráveis, por exemplo, o IDEB-Índice de Desenvolvimento da Educação Basica de 2019 superando a meta estabelecida – o que não acontecia desde 2009 – e, mesmo diante do período pandêmico, em 2021 obteve bom resultado superando a estabelecida pelo MEC, que no meu entendimento foi consequência da atuação no perído anterior. A partir dessa experiência seria fundamental o aprimoramento de inciativas nesse sentido.
Já o atual ministro da educação, também preocupado com os indicadores de alfabetização no Brasil, após pesquisa do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – identificou a piora da alfabetização das crianças – 4 em cada 10 estão alfabetizadas no 2º ano do EF em 2021, para tanto, resolveu apresentar uma ação de política pública educacional e lançou, o que chama de um pacto nacional, para melhorar tais indicadores – Alfabetiza Brasil que segundo afirmou: “Vamos apoiar, não só na indução técnica, mas também no aspecto financeiro e de governança, o que inclui o fortalecimento da formação e qualificação dos professores, o material didático, entre outros fatores, então, importante padronizar os indicadores para todo o país. A Alfabetiza Brasil irá nos nortear”.
Os indicadores de 2023, consequência de ações adequadas no período pós pandemia, demonstrarão se houve ou não tais padronizações e aprimoramentos em nossa rede municipal.
Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.