Estamos muito distantes da imunização necessária para superar essa pandemia. Com as taxas de isolamento social muito baixas, a tendência é de aumento das contaminações e dos óbitos por Covid-19.
O Brasil precisa de 300 milhões de doses para interromper o ciclo das contaminações imunizando 70% da população, indicam os especialistas.
O país tinha, até a última quarta-feira (27), apenas 12,1 milhões de doses que, se aplicadas corretamente, imunizariam exatos 6.050.000 brasileiros, atingindo apenas 2 % da população. A tendência, diante da escassez de doses, aplicar todas essas doses de uma vez colocando em risco a imunização que depende da segunda dose. Se a nova remessa da CoronaVac não chegar nos próximos 25 dias a coisa ficará feia.
Com a aprovação pela Anvisa da CoronaVac e da AstraZeneca/Oxford, deu-se o início da vacinação no domingo (24), criando um alivio aos brasileiros e aumentando a expectativa de superação da pandemia. Entretanto, pela insuficiência de doses necessárias, resta-nos, por longo tempo, a prevenção como a única defesa coletiva para evitar contaminações – use máscara, asseio das mãos com álcool gel, distanciamento social e evitar as aglomerações.
Desnecessário, depois de 10 meses de convivência com essa pandemia, debater que a proteção individual impacta no coletivo da população, a tal responsabilidade social. É isso ou risco de contágio.
A volta a “normalidade” desse período natalino e das férias de janeiro proporcionou o aumento as contaminações e óbitos. Diga-se, nossos governantes pouco ou nada fizeram para conter esse “liberou geral”.
Na última quarta-feira (27) o Butantan diz que vai exportar doses extras de CoronaVac se o Ministério da Saúde não manifestar interesse. O governo paulista considerou inacreditável que governo federal não se manifeste sobre essas 54 milhões de doses do Butantan. Essas vacinas seriam suficientes para aplicar a primeira dose em toda a população paulista.
Disputa política à parte, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a variante do vírus da Covid-19, identificada originalmente em brasileiros, se dissemina e indica que existe uma “preocupação” sobre a possibilidade de que a mutação leve a uma maior transmissibilidade da doença.
Voltando para a realidade, a capital paulista informou que usará todas as vacinas disponíveis para a primeira dose de profissionais da saúde. A cidade de São Paulo recebeu na segunda feira (25), 165,3 mil doses da vacina AstraZeneca/Oxford, somando 368,3 mil doses de imunizantes. A cidade não fará reserva de vacinas para segunda aplicação.
Para Mairiporã, com 102 mil habitantes chegaram 920 doses da vacina CoronaVac outras 200 doses da AstraZeneca/Oxford e deverá chegar mais 500 na sexta feira (29) completando 1.620 doses.
No domingo (24), o alivio aumentando a expectativa de superação da pandemia com as vacinas sendo autorizadas e o início da vacinação. Depois, cai a ficha que a vacina para todos vai demorar e, para piorar, há evidências da aceleração dos contágios e óbitos.
Essio Minozzi Júnior é professor de Matemática e pedagogo. Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP; Planejamento Estratégico Situacional – FUNDAP- Administração Pública-Gestão de Cidades UNINTER; Dirigente Regional de Ensino DE Caieiras (1995-96), Secretário da Educação de Mairiporã (1997-2000) e (2017-2018), Vereador de Mairiporã (2009-2020)