A tecnologia na Educação

A tecnologia na Educação vem se tornando uma necessidade no processo ensino-aprendizagem e deve ser inserida em condições adequadas.

A ideia mais razoável é que haja uma coexistência e a tendência atual é mesclar os materiais impressos interagindo com os digitais, ou seja, a escola passa a atuar de forma híbrida. Parece simples, mas cautela e caldo de galinha não faz mal a ninguém! Buscar conhecimento para decidir a implantação é recomendável!

Tal procedimento carece de estratégia e deverá ocorrer gradualmente, adequando as condições da infraestrutura das escolas em suas estruturas tecnológicas, bem como, possibilitando formação docente para utilização pedagógica de materiais digitais e, evidentemente, as propostas pedagógicas precisam ser bem elaboradas neste sentido, sem esquecer a disponibilidade de internet nas escolas entre outros aspectos.

Lembro que no período pandêmico, quando as aulas presenciais foram suspensas, a rede municipal adotou tarefas tipo ‘lição de casa’, as quais os pais ou responsáveis as retiravam nas unidades escolares semanalmente. Essa ação ocorreu porque em nosso município nem todas as regiões tinham uma cobertura de internet adequada e, aparentemente, esta situação não evoluiu. Por outro lado, não se trata de descartar o digital, mas sim implementá-lo respeitando um processo de adequação à nossa realidade, porque os alunos devem ter a possibilidade de acessar conteúdos digitais e os nossos gestores educacionais, responsáveis por ofertar um ensino de qualidade em nossa rede pública, devem considerar tal possibilidade para nossas crianças inserindo o material digital, e as escolas passarão a atuar de forma híbrida.

Para tanto, alguns aspectos devem ser levados em conta para adotar o material informatizado, começando pela infraestrutura tecnológica nas escolas. Considerando que nas escolas municipais brasileiras de ensino fundamental apenas  38% dispõem de computador de mesa, 23,8% contam com computadores portáteis, 52% têm internet banda larga e 23,8% oferecem internet para uso dos estudantes, segundo dados do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira de 2022, não basta oferecer tablets e notebooks para os alunos usarem na escola, é preciso garantir que a rede de Wi-Fi suporte o acesso simultâneo de centenas de alunos, por exemplo.

Evidentemente, há que se constituir mecanismos de manutenção dos equipamentos tecnológicos. Eu sei que dá trabalho, mas o atual contexto exige seriedade e compromisso com essa nova geração.

Outro aspecto importante! No planejamento da utilização dos materiais digitais é fundamental adequar o período diário de uso para evitar excessiva permanência do aluno frente a tela, preservando a saúde de nossas crianças. A Sociedade Brasileira de Pediatria – SBP orienta que o contato com telas não pode ultrapassar os seguintes limites: a cada faixa etária dos 2 aos 5 anos, até 1 hora por dia; dos 6 aos 10 anos, entre 1 e 2 horas por dia; dos 11 aos 18 anos, entre 2 e 3 horas por dia e por isso, especialistas demonstraram preocupação com o uso de livros digitais, porque, associados ao tempo de lazer que as crianças já dedicam a tablets e celulares pode gerar uma superexposição à tecnologia.

Todos esses aspectos devem ser considerados no equilíbrio da utilização dos materiais digitais em conjunto com os analógicos. Como sempre cabe aos adultos possibilitar um ensino de qualidade adequado as necessidades na formação de nossas crianças e jovens tal desafio precisa ser enfrentado oportunizando uma educação para essa geração adequada a modernidade do tempo que vivemos.

 

 

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.