A segunda dose

Com muito barulho na mídia já se anuncia o início da aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid. Essa dose extra é recomendada pelos ‘entendidos’ na doença (leia-se médicos, cientistas, infectologistas, curiosos, videntes e adivinhos).

Seria oportuno, no entanto, que ao invés da terceira, a população adulta se preocupasse em completar o ciclo vacinal, com a segunda dose. Em Mairiporã, apenas como exemplo do que ocorre no restante do País, nem a metade daqueles com a primeira carga voltaram aos postos para encerrar essa fase. Dos mais de 60 mil com a primeira dose, apenas 30 mil tomaram as duas.

Nada contra a dose extra, que se tornou necessária para conter os efeitos da variante delta do novo coronavírus, que dizem ser mais letal em pacientes acima dos 60 anos. Mas é preciso que os gestores públicos mandem buscar aqueles que se ‘esqueceram’ da segunda dose, ou na melhor das hipóteses, acham que só uma é o suficiente.

Ainda sobre os entendidos, eles dizem que só depois que mais de 70% da população estiver 100% imunizada é que a circulação do vírus começará a sofrer prejuízos. Por via das dúvidas, melhor dar crédito neste momento em que variantes e cepas surgem aos borbotões.

A bem da verdade o que se vê para convencer aqueles que por enquanto abriram mão da segunda dose por parte das nossas autoridades são iniciativas pontuais, tímidas mesmo, que não vai lograr êxito para mudar esse cenário. É preciso mais.

Inúmeras cidades desenvolvem planos, como a busca casa a casa, no intuito de rapidamente concluir a segunda carga da vacina. Campanhas publicitárias ajudam, mas por si só são insuficientes.

É preciso que todos os esforços sejam direcionados a convencer os moradores do valor da segunda dose.

Só então, será conveniente se pensar na terceira dose.