Na noite de quinta-feira, 23 de fevereiro, eu mais 10 desavisados tivemos a infeliz ideia de assistir a sessão da Câmara pela internet. Espetáculo dantesco. Esse desatino, com certeza, não se repetirá. Os vereadores simplesmente não discutem questões que sejam de interesse de toda a coletividade. Não se fala em rede de esgoto, em rede de água, em abertura do novo hospital, em melhorar a combalida estrutura do terminal rodoviário, de reabrir o centro educacional, de buscar meios com o intuito de implementar a indústria, maior geradora de empregos na cidade e, principalmente, ter a coragem de melhorar a saúde.
Só perfumaria! Isso mesmo, os vereadores passaram 2/3 da sessão um elogiando o outro, com um interminável festival de ‘parabéns a Vossa Excelência’, fruto não só do despreparo político, mas também do desconhecimento real dos problemas da cidade e de sua população.
Em dado momento, o vereador Ricardo Vieira subiu à tribuna para discutir um projeto da área da educação, e disse que concordava com o texto, mas que ele poderia ter sido melhorado se permitisse incorporar aos salários uma gratificação aos professores que lecionam longe da zona urbana. A pergunta é: por que não apresentou emenda nesse sentido? Nada! Votou e aprovou o texto como veio da Secretaria da Educação.
Os assuntos levados à discussão foram todos de pouca importância e sem o alcance social que se espera dos senhores vereadores. Quase ao final, outros 3 desavisados também acessaram o site, cujo total da noite foi 13. A julgar pelo desempenho semanal dos nossos representantes, o número de visitas às sessões ao vivo pela internet tende a diminuir consideravelmente.
Foi para esse tipo de comportamento que mudamos, pelo voto, sete cadeiras?
Nossos vereadores parecem padecer do mal de raras virtudes e os mais terríveis vícios.