Governantes que se comprometem priorizar a educação básica sob sua responsabilidade, além de agradar a sociedade, também assume uma missão desafiadora que, na verdade, seria instituir uma cultura de sucesso no ensino e aprendizagem para os estudantes de suas redes escolares.
Educação de qualidade está diretamente vinculada com a remuneração de seus profissionais e os salários dos profissionais do magistério brasileiros estão abaixo da média salarial de R$ 7.094,17 para profissionais com curso superior, com o piso do magistério em 2024 de R$ 4.580,57, para uma jornada de 40 horas semanais. Melhorar os salários do magistério é uma das variáveis fundamentais para um ensino de melhor qualidade, mas não é a única!
Desde 2005 a educação brasileira segue políticas públicas de estado que visam a evolução da qualidade do ensino básico. Nelas os municípios e estados devem adotar um conjunto de medidas e diretrizes para atingirem suas metas padronizadas, visando a evolução do ensino. Para tanto é necessário a formulação de objetivos claros, de alocação de recursos bem aplicados, da implementação de programas e das avaliações dos resultados alcançados.
Devem estar à frente das secretarias profissionais comprometidos com a efetividade da educação de qualidade em suas redes, ou seja, devem conhecê-las detalhadamente, com know how diante uma rede escolar descontinua e instável, conforme demonstram os resultados dos IDEBs, anos iniciais no fundamental (1ª a 5ª anos) em milhares de municípios.
Além disso, estarem qualificados para assumirem a gestão educacional, com comprovadas habilidades e competências e, notadamente, com experiências de sucesso em suas carreiras como secretários(as) da Educação.
Com equipes também qualificadas devem elaborar uma ‘análise situacional’ detalhada da rede escolar, base para um Plano de Trabalho Contextualizado, atualizado, contemplando as diversidades identificadas nas redes.
Educação tratada com seriedade, requer trabalho contínuo, atualizações permanentes de seus gestores e equipes, também dos seus profissionais do magistério, por exemplo, recentemente foi anunciado pelo MEC que o IDEB-Indice do Desenvolvimento da Educação Básica, para 2025 será reformulado, daí conhecimentos específicos devem ser um valor agregado para esses gestores e para o sucesso da evolução da aprendizagem nas suas redes escolares.
A experiência do IDEB de 2007 até 2023 deixou um legado, a evolução para as redes escolares com a obrigação de no mínimo atingir a sua meta estabelecida e para melhor evolução da qualidade do ensino, superá-la da melhor forma possível.
O melhor desempenho no IDEB-2023 foi do município Pires Ferreira, no Ceará que obteve nota 10. Nesse resultado está configurada a cultura de evolução educacional de sucesso adequada a sua realidade, não pela sua recente nota máxima, mas porque Pires Ferreira atingiu todas as suas metas estabelecidas nos 16 anos de IDEB. Cada município com sua realidade!
Mairiporã, por exemplo, atingiu a meta apenas duas vezes: em 2009 com média padronizada de 5,57 e em 2019 com 6,81. Em 2021, no período pandêmico e no início do novo governo, obteve nota 6,18 e em 2023 nota 6,61. Seus resultados nesses anos de ID, inevitavelmente, demonstram a descontinuidade do nosso ensino-aprendizagem e indica que ainda não há uma cultura de evolução na aprendizagem na rede municipal, anos iniciais de Mairiporã.
Um plano educacional bem elaborado e aplicado com seriedade, motivando adequadamente os profissionais do magistério, ofertando formações continuadas para atualizações pedagógicas e com avaliações externas periódica poderá dar conta dessa missão no próximo governo.
Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.