A maior alegria do mundo

Dizem que o maior presente do mundo é a vida. E é mesmo! Poder acordar todos os dias enchendo os pulmões de ar e então se levantar para ir à luta. Se a vida é o maior presente, dar a vida eu tenho convicção que é a maior alegria que se pode ter. Eu lembro exatamente de quando meus filhos nasceram. Nos dois casos, a espera envolveu a madrugada e o clarear do dia do anúncio da boa nova.

Lembro da sensação do primeiro segundo. Na primeira vez quase não conseguindo ficar em pé. As pernas vacilaram sem saber muito como reagir. Eu era muito jovem. Na segunda vez, o alivio do nascimento emprestou mais tranquilidade depois de meses de insegurança.

Dar a vida a um outro pequeno ser é uma dádiva. O amor por um filho beira a loucura. Minha mãe sempre foi louca pelos filhos, depois pelos netos. Não havia melhor remédio para suas dores do que a criançada por perto. Teve a alegria de ver e conviver com cinco netinhos. Era tão bom quando os cinco estavam juntos naquele sofá. Todo mundo pedia alguma coisa. Café, pão com manteiga, bolinho de chuva ou um cafuné. Tempo bom demais que até parece que foi ontem. Minha mãe multiplicou o amor pelos filhos quando conheceu os netos. Penso que a presença deles foi o grande significado da vida dela em sua segunda e última parte até nos deixar há quase dois anos.

Pois é, o tempo passa e as pessoas vão indo embora. Na velhice deve ser estranho ir devagarzinho não cabendo mais no mundo. Cada vez mais as fotos retratam ausências e o ciclo segue seu rumo natural. Apesar disso, seja qual for a idade Deus nos surpreende. A vida nasce e renasce nas pequenas surpresas. Nesta minha existência que ultrapassou as quatro décadas, o grande Mestre guardou uma enorme alegria. Vou ser pai novamente! Ainda tenho muito que aprender e amadurecer, mas estou meio bobo. A ficha vai caindo aos poucos. O medo da responsabilidade, as preocupações sobre o mundo, mas uma certeza incrível de que não poderia ser em melhor momento. Uma fé na vida e motivação tão absolutamente verdadeira, que uma porção de medos ficou pequena.

Não sou mais aquele jovem, pai pela primeira vez há mais de vinte anos, mas muito daquele rapaz recém então adulto continua aqui dentro do peito. Muitos sonhos foram realizados e hoje com essa gestação, muitos novos sonhos também estão sendo gestados. Um bebezinho vem por aí, fruto de uma história que começou há mais de sete anos. Me apaixonei, namorei, fiquei noivo e me casei. Naturalmente um dia essa hora iria chegar e desejo a você, caro leitor, que sinta nessas palavras o que sinto escrevendo cada uma delas: uma enorme alegria!

 

 

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”