A importância do planejamento na gestão pública

O planejar antecede o ato de realizar visando realizá-lo da melhor forma possível – com custo financeiro justo no tempo certo. É o ato de preconceber! Em nossa vida pessoal, de alguma forma, a planejamos minimamente. É uma questão individual que só atinge o descuidado. Entretanto, na gestão pública, desprezar o planejamento pode gerar consequências para uma comunidade que tem a expectativa de condições melhores daquelas que já vem desfrutando. Quando não dá certo, as reclamações são latentes e, muitas vezes, expressas em alto e bom som.

A gestão pública pode ter maior eficácia nos processos de governança em relação à população. Diferente de nossas decisões pessoais, os gestores públicos tem como missão contribuir para a evolução da qualidade na aplicação dos recursos em benefício de suas comunidades, portanto, quanto mais efetivo o planejamento das ações públicas, menor o impacto negativo na vida dessas pessoas.

Diferente do planejamento de uma empresa que tem como missão o lucro financeiro, o setor público ‘lucra’ ao ofertar serviços com a melhor qualidade possível, por exemplo, na Saúde, na Educação, no Trânsito, no Transporte Público, na Cultura, na Segurança entre outros serviços públicos.

Desde os anos 1970, Carlos Matus, economista chileno, apregoa o Planejamento Estratégico Situacional – PES – como uma maneira de se preparar para as atuações com efetividade nos serviços públicos levando em consideração possíveis mudanças nas situações não previsíveis pelos gestores, diante de iniciativas impactantes no dia-a-dia dos moradores.

No fim dos anos 1990 tive a oportunidade de fazer uma especialização em Gestão Pública Estratégica, na FUNDAP – Fundação do Desenvolvimento Administrativo, na qual fui aluno de Carlos Matus na disciplina de Planejamento Público. Ser humano admirável!

Diferente do planejamento tradicional, o PES não utiliza diagnóstico, é isso e pronto, mas faz uma apreciação situacional possibilitando flexibilizações de ações adequando-as no transcorrer da implantação do plano, visando amenizar impactos através da análise estratégica de viabilidades, especificamente com essa mediação entre o plano e as ações necessárias em determinado momento de sua realização. Essa flexibilização não se confunde com as improvisações do planejamento tradicional engessado pelo seu diagnóstico normativo-prescritivo imexível.

De qualquer forma ao planejar adequadamente economiza-se recursos financeiros, não se perde tempo e agrada a população.

 

Essio Minozzi Jr. licenciado em Matemática e Pedagogia, Pós-Graduado em Gestão Educacional – UNICAMP e Ciências e Técnicas de Governo – FUNDAP, foi vereador e secretário da Educação de Mairiporã.