Coluna do Correio

FRASE

“Ignorância e arrogância são duas irmãs inseparáveis, com um só corpo e alma.” (Giordano Bruno, filósofo, escritor e frade italiano)

CARTILHA

Os nove vereadores que apoiam incodicionalmente o Executivo não decepcionaram ao barrar uma investigação contra Aiacyda na Câmara. Usaram e abusaram das mais esfarrapadas e ridículas explicações para o fato do dinheiro do contribuinte ter sido usado para pagar o aluguel de um imóvel, no bairro do Mato Dentro, onde funcionaria uma escola. A escola não apareceu, os R$ 50 mil de aluguel desapareceram e a dona do imóvel, com ar triunfante, ganhou uma ‘boquinha’ na Prefeitura. Uma indecência, uma vergonha.

QUEM TE VIU…

Quem acompanhou a trajetória política do vereador Essio Minozzi Júnior sempre o teve em mais alta conta, pelo seu compromisso com a população, seu equilíbrio político e seus posicionamentos inquestionáveis. Nesta legislatura, tudo isso ficou em meio ao caminho. Diria Chico Buarque de Holanda: “quem te viu…quem te vê…

QUEM TE VÊ

Se Essio abandonou o perfil que manteve durante anos a fio na política, parece que a vez agora é de Doriedson de Freitas, que tem demonstrado ser representante da população na acepção do termo. Como uma onda no mar: uns vão, outros vem.

OLHAR ATENTO

Quem assiste semanalmente as sessões da Câmara já tem juízo de valor firmado sobre muitos dos senhores edis: retrato fiel do que há de mais condenável e sórdido em Brasília.

FECHAR AS PORTAS

Caberá ao Poder Judiciário julgar todo esse imbróglio do imóvel alugado naTerra Preta. Da Câmara, não se pode esperar mais nada. A maioria passou a representar a si mesma e aos interesses pessoais. O juramento que fizeram na solenidade de posse foi entendido por eles como mera formalidade. Diante de tudo o que se viu em dois anos e meio, com custos elevadíssimos para a população, não seria nenhum absurdo fechar o Legislativo.

A ALMA

Do modo como as coisas começam a acontecer um ano antes das eleições municipais, é bom o prefeito colocar as barbas de molho, se as tiver. Manter-se no cargo começa a ficar cada vez mais difícil e os 9 vereadores que formam na sua tropa de choque na Câmara vão ser cada vez mais importantes, mas sabe-se lá a que preço. Embora católico, o prefeito pode, na velocidade em que anda a carruagem, ter que vender a alma ao diabo por sua sobreviência política.

ORÇAMENTO (I)

O projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020, que vai estimar receitas e fixar despesas da Prefeitura do último ano de mandato do atual prefeito, ainda não foi protocolado no Legislativo. Para valer, tem que estar aprovado até o final de dezembro. Mas quem conhece a Câmara de Vereadores sabe que a aprovação é mais que certa, seguindo tendência dos últimos anos. Até porque oa senhores edis não podem legislar sobre matéria financeira, e não há nenhum especialista no assunto. Algumas certezas: aumento das dívidas pública e ativa, redução nos investimentos e uma folha de pagamento, que aliada ao custeio da máquina, dominam os gastos. Um retrato fiel dos governantes que temos.

ORÇAMENTO (II)

A projeção feita pela equipe econômica do Palácio Tibiriçá é de um orçamento de R$ 267 milhões. Só a folha de pagamento, com mais de uma centena de apadrinhados políticos e cabos eleitorais mamando nas tetas do erário, vai custar próximo de R$ 100 milhões. Somando-se a obrigatoriedade de gastar 25% na Educação e 15% na Saúde, fica a pergunta: o que sobra para investimentos na cidade? Resposta: nada!

EMPRÉSTIMOS

O contribuinte mairiporanense não pode se esquecer que o prefeito Aiacyda, com a ajuda de nove vereadores, contraiu empréstimos de R$ 20 milhões em nome do povo. Cálculos otimistas, ou seja, se a situação econômica do País melhorar muito, e bota muito nisso, apontam para o pagamento de R$ 12 milhões só de juros. Ou seja, o cidadão de Mairiporã vai entrar em 2020 devendo R$ 32 milhões. Um presentinho de Natal que será inesquecível.

MUITAS VOLTAS

O vereador da serra, que entregou seu partido de bandeja ao prefeito, que agora é quem dá as cartas no PSD, pode muito bem, no pleito do ano que vem, ter negada vaga para sua reeleição. O edil não pode se esquecer que um dos componentes do perfil do chefe do Executivo é ser vingativo. Teria o burgomestre esquecido a tentativa do vereador de impedir sua candidatura em 2016? O mundo dá voltas, muitas voltas. Por outro lado, não se pode relegar a segundo plano o servilismo do edil. Foi assim nos três últimos governos.

MAIS QUATRO

O ímpeto do vereador Chinão Ruiz nos primeiros dois anos, e depois vários anúncios de que tinha vontade de ser prefeito, parece que ficaram pelo caminho. No máximo, vai à reeleição, se ainda tiver estofo para mais 4 anos de Câmara.

NAUFRÁGIO

Vereadores de Mairiporã que diziam, lá atrás, no primeiro semestre, ter informações privilegiadas de que o atual mandato seria prorrogado por mais dois anos, viram esse desejo naufragar. Vão ter que remar tudo de novo atrás dos eleitores na tentativa de reeleição.

BIÓPSIA

O presidente do TCE, Antônio Roque Citadini, durante seminário na cidade de Bauru, semana passada, falou sobre as mudanças recentes no modo de fiscalizar do Tribunal de Contas. “Estamos mudando a forma de fazer as fiscalizações, com o foco no hoje, que tem surtido bons resultados. Fazemos um trabalho de biópsia e não mais de autópsia”, disse.