Os professores que levo na alma

Ao longo da vida, conhecemos muitos professores. Uns nos ensinam a somar e subtrair, outros a escrever, outros ainda a olhar o mundo com olhos diferentes. Mas há aqueles que ficam na memória pela forma como nos fizeram sentir e crescer. Minha primeira professora, ao menos que consigo me recordar, é a “Prô” Sandra. Lembro da sua voz gentil, que transmitia segurança mesmo quando as lições pareciam complicadas.
Passados mais de vinte anos, tive a surpresa de reencontrá-la casada com um dos meus colegas de trabalho do Tribunal de Justiça. Depois, veio a professora Leni, que me alfabetizou. A cada letra que eu aprendia parecia uma conquista gigante. Ela não apenas me ensinou a ler e escrever, mas me mostrou que aprender era um prazer, que as palavras tinham poder e magia. Lembro da sensação de orgulho ao escrever minhas primeiras frases completas.
Alguns anos adiante, veio a professora Elaine, na terceira série – confesso, uma das minhas professoras mais queridas. Carinhosa e paciente, sempre incentivando a curiosidade e o cuidado com os colegas. Ela nos encorajava a tentar, errar e aprender com os próprios passos. Era impossível não se sentir valorizado e acolhido em sua presença.
Depois veio a “Prô” Samantha. Ela não só nos ensinava conteúdos, mas nos incentivava a pensar, a questionar e a buscar respostas. A sala dela era um lugar de curiosidade e descobertas. Lembro de projetos criativos, que nos faziam refletir sobre coisas que antes nem imaginávamos.
Então, numa nova escola, veio o professor Sandro, de matemática, de presença firme e saber notável. Suas aulas, que começavam com a chamada oral, nos mantinha atentos e muito me ensinou sobre atenção e persistência.
No ensino médio, o professor Dalmo, de história, nos levava em viagens pelo tempo. Suas aulas eram cheias de personagens e acontecimentos que pareciam ganhar vida diante dos nossos olhos. Ele nos ensinou a entender o passado, mas também a refletir sobre o presente. Eu, que sempre gostei da matéria, fiquei ainda mais apaixonada pelo assunto.
Por fim, mas não menos importante, não posso deixar de mencionar a coordenadora Marli, que mais do que coordenadora, era uma referência de cuidado e orientação. Sempre pronta para ouvir e ajudar, nos mostrava que a escola era também um espaço de apoio.
Passados muitos anos, tive o prazer de reencontrá-la e já me parabenizou por estas colunas semanais. Há ainda tantos outros, inclusive da minha formação superior e especializações, os quais, a fim de não me alongar, serão citados em outra oportunidade.
Cada professor deixou uma marca única, um gesto, uma frase ou uma lição que, muitas vezes, só compreendi anos depois. Eles me ensinaram a ver a educação como algo que transforma, não apenas que transmite conhecimento. Penso que os professores que levamos na alma não são apenas os que nos deram instruções ou conteúdos, mas aqueles que nos ensinaram a aprender, a perceber o mundo e a nós mesmos.
Eu prefiro viver assim – sei que sou mais feliz desta forma… grata a cada um dos mestres que com paciência e dedicação me proporcionaram ensinamentos valiosos. A você, leitor, deixo o convite: lembre-se dos professores que marcaram sua vida, que plantaram pequenas sementes de curiosidade, confiança e alegria. Por fim, deixo aqui uma homenagem não só os meus professores, mas a todos que exercem essa nobre missão de ensinar.

Drielli Paola – @drielli_paola. Servidora Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo. Bacharel em Direito, com pós-graduação e extensões universitárias na área jurídica. Entusiasta de psicologia, história, espiritualidade e causa animal. Apaixonada pela escrita.