Durante várias décadas Mairiporã contou com apenas uma unidade hospitalar, o Nossa Senhora do Desterro, com acanhadas instalações e poucos equipamentos. Nenhum prefeito, ao longo de mais de 75 anos, se preocupou em dar à população atendimento digno a quem depende exclusivamente da saúde pública, e fecharam os olhos para um problema que se agrava ano a ano, com uma taxa de natalidade, durante toda a década de 1990, acima de 4%.
Ao assumir a Prefeitura pela primeira vez, em 2021, Aladim transformou essa realidade, ao dotar a cidade com outros dois hospitais: o Anjo Gabriel, que atende os mairiporanenses a partir dos 16 anos de idade, e o Distrital de Terra Preta, que atende ao distrito e todos os bairros no entorno. De quebra, transformou o antigo hospital em uma unidade de atendimento às crianças.
Manter toda essa estrutura custa dinheiro, muito dinheiro, e o prefeito, especialmente a partir dos últimos três meses do ano passado, tem bancado os custos com recursos municipais, pois Estado e União, já que as despesas têm que ser tripartite, se omitem no envio de dinheiro. O desequilíbrio torna desproporcional os investimentos no setor, já que ambos não cumprem com suas obrigações.
A preocupação no Paço Municipal é que faltem recursos para a manutenção desses importantes equipamentos de saúde, já que a cidade ainda registra alta taxa de natalidade, hoje acima de 2%, e tem uma população de 100 mil habitantes.
Fica evidente, a cada dia, o descaso das duas esferas governamentais com a saúde pública, que obriga a Prefeitura a sacrificar seu orçamento já estrangulado para garantir o mínimo de atendimento. Segundo o governo municipal, não há mais espaço para manobras, e a situação é insustentável.
O silêncio e a omissão de Estado e União são inaceitáveis. A conta não pode continuar caindo apenas sobre o município. Se a responsabilidade não for assumida por quem deve, o colapso da Saúde será inevitável – e quem pagará, como sempre, é a população.