A descoberta da pólvora!

O Brasil, cuja maioria é formada por incautos, idiotas e também por uma parcela de retardados, ‘descobriu a pólvora’ 525 anos depois do seu aparecimento. Parece estranha a afirmação, afinal, foram os chineses que fizeram essa descoberta no século IX, por alquimistas que buscavam um elixir para a imortalidade.
A ‘nossa pólvora’, por incrível que pareça, explodiu semana passada, quando um influencer, desses que brotam aos milhares diariamente, denunciou o abuso cometido contra menores nas redes sociais, inclusive e, principalmente, com exploração sexual.
Foi o que bastou para todos, incautos ou não, acorrerem às mídias para demonstrar indignação e dar pitacos acerca do tema. Um casal homoafetivo, da Paraíba, apanhado com a mão na massa, acabou escolhido para ser o ‘bode expiatório’ dessa prática abjeta praticada por milhares de outros sites, e que trouxe à baila um novo termo que agora faz parte do linguajar cotidiano das pessoas: adultização.
Abuso infantil nesta Nação, como já frisado, é antigo, ocorre das mais diferentes formas e meios, sem que os criminosos sejam punidos. Sites de pornografia e sexo explícito surgem aos borbotões e nunca se fez absolutamente nada para colocar os responsáveis na cadeia ou criar-se uma legislação eficaz, e não aquelas de faz-de-conta, que nunca são cumpridas.
Agora, no entanto, com fama e estrelato imediatos, denunciar abuso infantil é catapulta não só para influencers, como também nossos ‘estimados’ políticos, que em Brasília já sacudiram a poeira e deram as caras anunciado medidas punitivas severas através de lei aprovada a toque de caixa, nas duas casas legislativas: Câmara e Senado.
Porém, não antes de discursos inflamados, de autoridades fingindo constrição diante das câmeras de TV da mídia panfletária, que também se aproveita do momento para buscar audiência.
A hipocrisia que reina nesta terra descoberta por Cabral (não aquele do Rio de Janeiro) não tem limites, é ferramenta de uso que, agora se sabe, não restrita aos políticos, mas a inúmeros segmentos de uma sociedade que assiste, impassível, centenas de milhares de crianças e adolescentes tratados como mercadoria sexual. Mais grave, pais que se calam, fingindo que o problema não é com eles.
Essa nova ‘descoberta da pólvora’, tenha certeza o amigo leitor, vai durar exatamente o tempo que a mídia achar conveniente, ou até o surgimento de um novo fato que possa render mais audiência.
A adultização vai ter os seus 15 minutos de fama, muitas promessas de acabar com esse crime, que ao contrário do que se imagina, não é novo, e terminar, como tudo que é importante neste País, no mais completo ostracismo.