Bem-vindo julho

Às vezes, a vida parece pesar mais do que conseguimos carregar. Existem momentos em que o desânimo bate à porta e tudo perde a cor: os sonhos parecem distantes, os planos falham, e o coração se cansa. Nesses dias escuros, é fácil pensar que não há saída. Mas é justamente nessas horas que mais precisamos aprender a olhar para dentro e cuidar da nossa mente, como cuidamos de uma planta frágil que precisa de sol e água para florescer.
Muitas pessoas acreditam que felicidade é ausência de problemas, mas a verdade é que a vida sempre trará desafios. O segredo está em como reagimos a eles. Se deixarmos que os pensamentos negativos tomem conta da nossa mente, ficamos prisioneiros de nós mesmos. É preciso treinar o olhar para enxergar, mesmo nas dores, oportunidades de crescimento. A dor não vem para nos destruir, mas para nos ensinar.
Neste início do mês de julho, tenho refletido como a forma que pensamos influencia diretamente nossa disposição diante da vida. Se cultivarmos pensamentos de fracasso, medo e incapacidade, isso nos paralisa. Mas quando aprendemos a filtrar esses pensamentos, a mente se torna mais leve.
Criar hábitos saudáveis de pensar, como agradecer pelo que se tem ou valorizar pequenas vitórias, pode mudar totalmente nosso estado emocional. A mente pode ser nosso maior inimigo ou nosso maior aliado.
A academia tem feito bem a mim e mesmo quando tudo parece parado, lembro que até as árvores demoram para crescer. Nenhuma transformação interior acontece da noite para o dia. Precisamos ter paciência conosco, entender nossos limites e nos tratar com mais gentileza.
O desânimo faz parte da jornada, mas não precisa ser o fim dela. Ele pode ser um convite para mudarmos a forma como estamos vivendo. Gosto de lembrar que ninguém está sozinho nesse caminho. Buscar apoio, conversar com pessoas que nos escutam com o coração e aprender a cuidar da mente como cuidamos do corpo são passos importantes.
A vida continuará tendo altos e baixos, mas com coragem, reflexão e autoconhecimento, podemos atravessar os vales e encontrar, mais à frente, novas paisagens de esperança.
Também é fundamental aprender a não se comparar com os outros. Cada pessoa vive uma história única, com tempos e desafios diferentes. Olhar a vida dos outros pela internet é ter uma visão falsa e estabelecer comparações injustas.
Quando olhamos apenas para os sucessos alheios, esquecemos que todos enfrentam batalhas silenciosas. O desânimo muitas vezes cresce quando deixamos de valorizar nosso próprio caminho. Por isso, é importante reconhecer nossos esforços, mesmo quando os resultados ainda não aparecem. O simples ato de continuar, mesmo devagar, já é uma forma de coragem.
Eu quero e faço por merecer alimentar a esperança todos os dias, como quem acende uma vela em meio à escuridão. A mente humana é capaz de se reinventar, de recomeçar mil vezes se for preciso. Mesmo nos dias mais difíceis, pequenas atitudes, como uma respiração profunda, um pensamento positivo ou um gesto de bondade, podem trazer luz. O desânimo não precisa ser permanente. Ele pode ser apenas uma pausa, um momento de silêncio antes de um novo capítulo da nossa história. A minha tenho escrito de cabeça erguida.

Luís Alberto de Moraes – @luis.alb – Autor do livro “Costurando o Tempo – dos Caminhos que Passei”