A farra continua

Não contentes com o bilionário fundo eleitoral que o contribuinte brasileiro paga em todos os pleitos, uma bobagenzinha de R$ 5 bilhões, o Congresso Nacional aprovou esta semana o aumento do número de deputados federais, passando de 513 para 531, ou seja, 18 novas vagas. O Supremo tinha fixado prazo até 30 de junho para a edição de lei complementar que permita revisar a distribuição do número de cadeiras em relação à população de cada unidade da federação.
Os especialistas em despesas e uso do dinheiro público identificaram que ‘apenas esses 18’ vão custar anualmente mais R$ 150 milhões. E claro, com o aumento no número de legisladores, vão cobrar um aumento no fundo eleitoral. Tudo de acordo com todos os poderes constituídos da Nação.
Os setores mais otimistas da sociedade brasileira acreditam que haverá uma reação da opinião pública, o que o amigo leitor tenha certeza, não ocorrerá.
Por outro lado, legislativos estaduais e municipais, na chamada reação em cadeia, vão alterar suas composições, com mais integrantes.
Segundo a regra, sempre que um Estado ganha mais deputados federais, a Assembleia Legislativa também aumenta de tamanho. Exemplo: um estado com 8 deputados tem 24 estaduais (8 x 3), pois cada federal vale por três estaduais. E assim por diante.
Esse modelo, segundo a Constituição, garante uma proporcionalidade entre a população representada em Brasília e nos Estados. E os municípios, por sua vez, vão também alterar o número de vereadores, com base na representatividade estadual.
Em plena crise econômica, com absoluta falta de dinheiro, com estados e municípios de ‘pires na mão’, sem dinheiro para nada, os parlamentares das duas casas de lei mais importantes do País resolveram ampliar a ‘cumpanheirada’, sob as bênçãos do governo federal, que se manifestou dizendo que não irá vetar essa mudança.
Tudo isso acontece porque o colégio eleitoral é formado por uma maioria de incautos.
Se há neste país, profissionais de qualquer setor que nunca correm o risco de não receber salário ao final de cada trinta dias, esse se chama ‘político com mandado eletivo’, devidamente eleito pela massa ignara.