A estiagem que se registra desde maio, sem chuva mesmo com altas temperaturas, fez com que os reservatórios do Sistema Cantareira, formado por seis represas, perdesse 21,8% do seu volume de água armazenada, até esta quinta-feira (5), na comparação com o mesmo intervalo de tempo de 2023.
De acordo com números da Sabesp, que diariamente divulga os dados sobre os mananciais paulistas, o Cantareira tinha ontem 56,7% de água (556,6 milhões de metros cúbicos), enquanto em setembro do ano passado, esse número era de 72,5% (712,4 milhões de metros cúbicos).
O resultado de janeiro a setembro deste ano já está abaixo dos 60% que a Sabesp considera como nível normal, o que deixa o sistema de abastecimento de mais de 7,5 milhões de pessoas em situação desconfortável, com perdas diárias entre 0,1 a 0,2 milímetros.
Desde o ano passado que o Cantareira tem mantido o nível de armazenamento, não distante de sua capacidade máxima (volume útil, sem considerar a reserva técnica) de 982 milhões de litros.
Sistemas – Mesmo com o atual quadro de água armazenada, outros sistemas de São Paulo operam com nível mais baixo: Rio Grande (68,8%), São Lourenço (57%), Alto Tietê (52,2%), Cotia (46,7%), Guarapiranga (42,8%) e Rio Claro, que se encontra em situação crítica, com apenas 27%.
Níveis – A captação de água do Sistema Cantareira é condicionada ao nível de armazenamento de água do manancial observada no último dia de cada mês. Foram criadas cinco faixas, definidas por uma resolução conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), em 2017, e que devem ser seguidas pela Sabesp: normal, quando o nível do reservatório é igual ou maior que 60%; atenção, quando é igual ou maior que 40% e menor que 60%; alerta, quando está maior que 30% e menor que 40%; restrição, quando é maior que 20% e menor que 30%; e especial, quando o volume acumulado é menor que 20%. Essas faixas orientam os limites de retirada de água do sistema. (Salvador José/CJ – Foto: Rovena Rosa (ABR)