FRASE
“É perigoso para um candidato dizer coisas que as pessoas possam lembrar.” (Eugene McCarthy, ex-congressista dos EUA)
SUCESSÃO (I)
Os movimentos observados nas últimas semanas expõem de maneira clara que as eleições municipais, em outubro do ano que vem, já começaram a ser disputadas. Não só em Mairiporã, mas também nas outras quatro cidades da região do Cimbaju. As costuras políticas começam a buscar nomes para compor as chapas majoritárias (prefeito) e proporcionais (vereador), assim como a sondagem do que o eleitor espera do próximo ocupante do Palácio Tibiriçá e dos senhores edis. São inúmeros os personagens que pretendem submeter-se às urnas em 2024.
SUCESSÃO (II)
Uma mudança sutil já aplicada na eleição geral do ano passado e que será aplicada pela primeira vez no pleito municipal, é a redução no número de candidatos a vereador por partido. A nova regra, no caso de Mairiporã, permite a cada legenda ter um total de 14 (a soma das 13 cadeiras em disputa + 1). Desse montante, 10 poderão ser homens e 4, obrigatoriamente, mulheres. Na eleição municipal de 2020, cada partido lançou 20 nomes, que representavam 150% do número de cadeiras. Esse percentual caiu para 100%.
SUCESSÃO (III)
Para alguns analistas políticos, há uma questão relevante: os candidatos das vagas para vereador auxiliam nas campanhas majoritárias, mas com nominatas menores, a mudança impactará também na campanha dos candidatos a prefeito e vice, pois a eleição proporcional depende de votos na legenda e mesmo aqueles com pouca votação, ajudam o partido a decidir a eleição.
SUCESSÃO (IV)
Outro ponto importante é que a concentração pode contribuir para migrações na janela partidária. Com o foco nas principais candidaturas, não será surpresa que políticos mudam de sigla, visando concorrer a vereador e, principalmente, reforçar a campanha de candidatos à prefeitura por meio de coligações.
FOSSE HOJE
De acordo com informações obtidas junto ao Cartório Eleitoral local, se as eleições fossem hoje, Mairiporã teria apenas 112 candidatos a vereador, pois a Justiça Eleitoral reconhece, neste momento, apenas 8 partidos considerados vigentes. Os demais ainda têm pendências. Mas certamente vão correr para estar na disputa.
ENROSCOU
A aguardada aprovação do novo Refis enroscou em alguma comissão permanente e não foi a votação em plenária na sessão legislativa de terça-feira (3). Deve ser pautada para a próxima.
MIL DIAS
O prefeito Aladim comemorou no dia 1º deste mês, 1.000 dias à frente da Prefeitura. Uma marca que se revestiu de importância pelo trabalho que desenvolveu desde janeiro de 2021, cumprindo as promessas feitas durante a campanha eleitoral de 2020, em especial aquelas que elencou como prioridades.
PERGUNTAR NÃO OFENDE
O que leva um eleitor que não é obrigado a votar para a eleição do Conselho Tutelar a sair de casa, debaixo de chuva, chegar numa escola, apresentar o título, chegar à urna eletrônica e votar nulo ou branco? E era domingo. Nem Freud explica.
E A FAIXA?
O Departamento de Trânsito fez uma pintura de solo na Praça Bento de Oliveira, defronte a Igreja Matriz, com alguns recortes e outros salamaleques. Mas a faixa de pedestre, necessária no local, principalmente porque é uma área que concentra a passagem de alunos, simplesmente foi esquecida. Ou seja, atravessar naquele local continua sendo perigoso. E a faixa, senhor secretário? A população continua cobrando.
ADIADA
A minirreforma eleitoral que a Câmara dos Deputados aprovou, com um pacote de bondades absurdo, não vai valer nas eleições do ano que vem. Para tanto, era necessário que o Senado também aprovasse e em seguida fosse sancionado pelo presidente da República até de 6 de outubro agora. Como a proposta foi engavetada pelo Senado, as mudanças vão ficar, a princípio, para as eleições de 2026.
FOLCLORE POLÍTICO
A MULTIPLICAÇÃO
Esta história aconteceu nas eleições municipais de 1982, a mais complicada da história, pois o eleitor tinha que votar em todos os candidatos (presidente, governador, senador, deputados estadual e federal, prefeito e vereadores), ufa!, de um mesmo partido. À época era o chamado voto ‘camarão’. Os votos ainda eram contados manualmente, um a um, verdadeiro sacrifício para apuradores, juízes e fiscais partidários que tinham o dever de ficar de olhos bem abertos para que uma cédula em branco, como num passe de mágica, não se transformasse em voto a favor de algum candidato amigo do escrutinador.
Foram dois longos dias de apurações no ginásio do Esporte Clube Mairiporã, até que finalmente a contagem para prefeito, mais rápida que a de vereador, indicou a vitória do candidato Jair Oliveira. Foi uma grande festa, com comemorações pela região central da cidade. Só que o enlevo dos correligionários afrouxou a vigilância dos fiscais, o suficiente para que candidatos a vereador, que já tinham assumido a derrota, dessem a volta por cima e tivessem votação como na passagem bíblica da ‘multiplicação dos pães e peixes’, e conseguissem a vitória. Reza a lenda que essa virada deu-se de um modo que somente eles sabiam e que jamais contaram.