As estatísticas divulgadas mensalmente pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, com dados oficiais sobre a criminalidade nos municípios paulistas, revelam que as ocorrências aumentam e que o desafio do Governo do Estado, na tentativa de reduzir a violência, está longe de ser superado.
Dos 13 indicadores divulgados, geralmente 7 ou 8 são de crescimento da criminalidade. No caso em particular de Mairiporã, roubos e furtos lideram, embora nos últimos dois anos os homicídios dolosos (quando há intenção de matar) tenham aumentado assustadoramente.
Também é verdadeiro afirmar que a produtividade policial tem crescido, com maioria muito positiva ao final de cada trinta dias. Apreensão de drogas, de armas de fogo, menores apreendidos e veículos recuperados, mostram números animadores, porém insuficientes para vencer a insegurança.
São muitas as ações que o governo precisa colocar em prática para tornar as cidades mais seguras, e pelo menos duas são importantes: a reposição do efetivo de policiais civis e militares, melhorar o equipamento e conceder salários dignos às corporações.
A defasagem nas polícias, segundo os respectivos sindicatos, mostram que em dezembro do ano passado, eram 80.137 homens e mulheres, o menor efetivo da corporação da PM no século. Se comparado com 2006, ou seja, há 16 anos, a situação é ainda mais grave, pois naquele ano eram 90.697 policiais. No caso específico de Mairiporã, a população, nesse intervalo de tempo, saltou de pouco mais de 70 mil, para 113 mil, aumento de 61,94%.
A situação é a mesma na Polícia Civil. O total de agentes em há pouco mais de dez anos era de 34.684 e, no ano passado, 26.355, recuo de quase 25%. Segundo dados do Sindicato dos Investigadores, apenas 4% dos crimes investigados pela Polícia Civil são solucionados no Estado.
A segunda ação é o investimento em tecnologia e a expansão de um sistema interligado por câmeras de segurança abrangendo todos os 645 municípios paulistas.
Conclui-se que o governador Tarcísio de Freitas vai ter muito trabalho para tentar reduzir a violência e dar mais segurança à população do maior estado da Federação.