A Mobilidade Urbana de Mairiporã continua como um dos principais problemas enfrentados pela população. Com poucas e estreitas ruas, concebidas há mais de um século, o tráfego de veículos é um complicador para toda a região central, que concentra um volume desproporcional de automóveis, caminhões, ônibus e motocicletas, dentre outros tipos de automotores.
O problema se agrava com a velocidade no aumento da frota, e um exemplo é o primeiro trimestre de 2023: são 533 novos veículos circulando pela cidade, resultado de uma frota atualizada com 59.464 unidades, ante 58.941 de dezembro do ano passado, crescimento de 1%.
Os dados foram levantados pela reportagem junto ao setor de estatísticas da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), que mensalmente divulga os dados a respeito do total de veículos em todo o País.
Se a comparação for feita com o primeiro trimestre de 2022, o aumento é três vezes maior: naqueles três primeiros meses a cidade contabilizava 57.883 veículos, diferença para o mesmo período em 2023 de espantosas 2.208 unidades, aumento de 3,8%.
A frota se destaca por possuir 36.277 automóveis e 9.491 motocicletas que, juntos, totalizam 45.768 veículos, ou seja, 76,9% do total.
Na comparação com os últimos três anos (março de 2020), a cidade ganhou 5.644 veículos, crescimento de 9,5%.
Mobilidade – Em Mairiporã não só a frota agrava os problemas em sua complicada mobilidade urbana. O fluxo de final de semana de visitantes e turistas, e o tráfego diário de veículos vindos de outras cidades para chegar à rodovia Fernão Dias, especialmente os do Rodoanel Oeste (caminhões e carretas), ampliam o número de caminhões e carretas pelas ruas. Congestionamentos e lentidão no escoamento do tráfego são constantes, até mesmo fora dos horários de pico. Há necessidade de se encontrar meios para oferecer novas alternativas de deslocamento, o que leva à necessidade de ampliação do sistema viário.
Por outro lado, falta incentivo para o uso do transporte coletivo e modais não motorizados, como ciclovias. Especialistas afirmam que quanto mais veículo numa rua ou avenida, maior a probabilidade de atrasos e desconfortos.
Também afirmam que o crescimento da frota reflete positivamente no desenvolvimento da cidade, se olhado apenas do ponto de vista econômico.
O transporte individual motorizado representa 41% dos deslocamentos diários, o coletivo (ônibus) responde por 26%, enquanto outros 33% andam a pé ou outro meio de transporte não motorizado.
Todos esses ingredientes são um indicativo de que o município vai continuar com problemas no trânsito e que a frota é o principal deles.
Evitar que o trânsito entre em colapso é uma equação que exige desde já solução por parte das autoridades.
Projeto – A Prefeitura, segundo levantamento feito pela reportagem, tem um projeto pronto para colocar em prática, com a construção de uma nova via, paralela ao Rio Juqueri, que pode eliminar interseções comprometidas, melhorando a fluidez do trânsito. (Salvador José/CJ – Foto: M. Borges)