Reeleição: vereadores precisam fazer mais

Se os vereadores de Mairiporã, que retomaram os trabalhos na terça-feira desta semana, de forma virtual, devido a mais uma das dezenas de reforma no prédio do Legislativo, pretendem se reeleger, é preciso mostrar muito mais do que o fizeram até agora. Hora de arregaçar as mangas e visar projetos que possam solucionar problemas que afetam a população, além, claro, de demandas que foquem em determinados bairros.

A produtividade vista até agora, encerrados dois anos da atual gestão, é um repeteco do que se tem visto há pelo menos duas décadas: milhares de indicações (90% com o mesmo teor), centenas de moções e de requerimentos, além de muitas concessões de honrarias sem a meritocracia necessária, caso dos títulos de cidadania, o que convenhamos, é uma vergonha e pior, uma esculhambação com a maior distinção que o município oferece aos cidadãos que realmente prestaram serviços relevantes.

Há uma engrenagem de comportamento na Câmara que parece inquebrantável e que leva os senhores ‘representantes’ do povo a um desempenho com certa distância daquilo que a sociedade imagina deva ser o trabalho de um vereador.

Outro ponto bastante questionável, é a importância das CEIs abertas nos últimos cinco anos, que parecem dormir eternamente em alguma gaveta, sem nenhum resultado. Ainda assim, ‘suas excelências’ seguem pedindo a abertura desse tipo de processo, cujos desfechos se assemelham muito a um produto de grande sucesso produzido em pizzarias.

Tentar mais quatro anos nas eleições que acontecem no ano que vem vai exigir muito mais do que a ‘perfumaria’ semanal que faz parte do arcabouço legislativo oferecida até este momento.

A contagem regressiva para 2024 já começou e se o que até aqui foi mostrado seguir sem alterações, dificilmente a maioria será reconduzida ao cargo. Nas últimas duas eleições o total de defenestrados que acabaram sem mandato chegou a 60%. E, com certeza, a fiscalização neste ano pré-eleitoral deverá se intensificar, pois o que não vai faltar no ano que vem é candidato em busca de uma cadeira na Câmara. Afinal de contas, raríssimos são os brasileiros que ganham salários de R$ 12 mil/mês, subsídio que passará a valer a partir de janeiro de 2025.

É bom não esquecer que todo esse ganho exige apenas uma sessão semanal.

O que se pode concluir disso tudo, é que ou o vereador corrige sua rota ou vai ficar pelo caminho.