Há 45 anos milito no jornalismo e passei por força da profissão por diferentes veículos de comunicação: jornal, rádio, redes sociais e posso afirmar que considerá-los isentos, beira a utopia. A narrativa de independência dos fatos diante da sociedade é conversa mole pra boi dormir.
A expressão ‘ser independente’ era um atributo que poderia ofertar mais credibilidade ao veículo e por isso a maioria se autorrotulava com essa utopia.
Nos dias de hoje, não há, como nunca teve, acredito, um veículo sequer totalmente isento.
O que sempre houve é a coragem de emitir e sustentar opinião sobre qualquer fato, idéia, políticos ou não, na tentativa de explicar ou induzir o público a entender os acontecimentos. Os abusos eram submetidos à Justiça, que na sua missão primordial fazia a avaliação, sempre observando o devido processo legal.
Porém, neste momento da vida brasileira, considerando o período eleitoral, esse conceito está sendo ignorado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), transformado pelo seus respectivos presidentes em órgãos de exceção quando, em decisões monocráticas ou não, legislam, acusam, julgam e sentenciam, solapando os deveres do Poder Legislativo, do Ministério Público e do Poder Executivo.
Os atos de censura aos veículos Brasil Paralelo e TV Jovem Pan, são prenúncios de que vivemos a ditadura da toga, insuflada pelos interesses individuais de ministros que agem politicamente em favor do ex-presidente Lula, que de ex-presidiário é agora candidato à presidência da República, que não foi inocentado e nem absolvido pela roubalheira havida nos governos do PT, escancarada pela Lava Jato.
Não bastasse a censura aos veículos de comunicação, os ilustres ‘ditadores’ togados também censuraram a fala do ministro do STF aposentado, Marco Aurélio de Mello, que por três vezes presidiu o Tribunal Superior Eleitoral, por afirmar que Lula não foi inocentado e nem absolvido. Ele, Lula, continua respondendo pelos crimes de corrupção descobertos pela Lava Jato, cujos processos e respectivas provas foram julgados em Curitiba e agora voltaram para a primeira instância no fórum de Brasília.
Juristas e a maioria dos veículos de comunicação do País se levantam contra as atitudes do TSE, que escancara ações protecionistas à candidatura de Lula, praticando atos de censura na divulgação de fatos e crimes verdadeiros imputados ao PT e sua trupe.
Nestes últios dias de campanha, os sintomas de tirania do TSE tendem a se agravar na medida que Bolsonaro sobe nas pesquisas. Até ontem, alguns institutos de pesquisa divulgaram que ambos estão tecnicamente empatados, e outros já davam o presidente Bolsonaro na dianteira. Isso significa que os seis milhões de votos que Lula tinha de vantagem no 1º turno, hipoteticamente já foram revertidos em favor de Bolsonaro.
Ainda que com ceticismo, espera-se que o Ministro Alexandre de Morais, presidente do TSE, afilhado do candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, seja iluminado nestes dias e dê uma pausa nos ímpetos ditatoriais que caminham para sua autoproclamação de dono da verdade, como bem adverte a frase do saudoso Ulysses Guimarães: “A censura é a inimiga feroz da verdade. É o horror à inteligência, à pesquisa, ao debate, ao diálogo. Decreta a revogação do dogma da falibilidade humana e proclama os proprietários da verdade.”