Quem inventou o amor, me explica por favor

Já não é fácil lidar com suas próprias emoções e compreender tudo que se passa dentro dessa cabecinha, não é mesmo? Ainda mais quando se trata de entender o outro e se relacionar com ele. Outra pessoa, outro jeito, outras manias e nem sempre as mesmas vontades. Convergir tudo isso e morar debaixo do mesmo teto, talvez receba o nome de casamento e tem uma galera que prefere ficar sozinho mesmo, o que não é problema, afinal, quem disse que para ser feliz é preciso ter outra escova de dentes no potinho antes de dormir. Pior é quando a escolha de ser só, tem a ver com o fato de ter se decepcionado ou ter sido largado. Um belo “pé na bunda” as vezes é bom. Já tomei e já dei uns por aí e posso garantir que sem eles, não chegaria aos quarenta com essa liberdade toda que me esforço para trazer todos dias aos meus gestos, evitando assim o surgimento de umas doenças.

A única relação abusiva que eu suporto é a dos gatos em casa, que nestas noites frias insistem em ocupar muito espaço e durmo torto na cama. Me convenci que casais que permanecem juntos por muito tempo são aqueles que aprenderam a dialogar. E dialogar significa compartilhar com respeito e carinho tudo que pensa e sente. Agressividade é concorrência e casais não devem ser adversários. Aprendi que não importa quem teve razão. Que o que vale mesmo é empatia. O mundão está cheio de possibilidades, convidando aos prazeres em sua maioria banais e passageiros. A gente se dá conta de que o cheiro do café fresco é um baita aroma divino pela manhã.

Acessar o mundo do outro é ouvir com atenção e escutar de verdade o outro lado. Hoje em dia todo mundo quer falar. Ninguém quer ouvir. Parece que escutar o outro é meramente esperar a sua vez.  Facebook virou local de afirmação e é moda esparramar as frases tantas vezes sem responsabilidade. Quando ouvimos sem julgamentos, os cérebros se unem em uma atividade elétrica e se harmonizam. Juro que não é filosofia, é ciência!

Convido você leitor, a ser emocionalmente maduro e empático com quem estiver ao seu lado, sem preocupação em falar, mas principalmente sabendo o momento de guardar seu ego e deixar no outro a sensação de importância, para que ninguém faça isso por você. Depois não adianta chorar.

 

Luís Alberto de Moraes tem formação em Letras, leciona há quase vinte anos e prepara o lançamento de um livro de crônicas e poemas. @luis.alb